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21/01/2005
Brasil tem dívida social de R$ 7,2 tri

SÃO PAULO. Para ter o mesmo padrão de saúde do Japão, de ensino médio do Chile ou de habitação da Dinamarca, o Brasil teria de investir R$ 4,5 trilhões nos próximos 16 anos. Considerados oito itens necessários para a inclusão social avançada dos brasileiros, a soma sobe para R$ 7,2 trilhões — o que representa investimentos equivalentes a 27,6% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2004, por ano, até 2020 — segundo estudo divulgado ontem. Para um nível de inclusão social intermediário, seria preciso investir R$ 3,8 trilhões, ou 14,5% do PIB nos próximos 16 anos. O levantamento foi feito por 17 pesquisadores de diversas áreas. Os resultados foram reunidos em um livro que será lançado no Fórum Social Mundial na próxima semana.

"O livro se propõe a fazer um prognóstico da área social. É uma agenda para a organização de metas de inclusão social. A ênfase dos governos na organização das áreas econômicas acaba desorganizando a área social. Temos metas fiscais, mas não sociais", afirma o economista e ex-secretário municipal do Trabalho de São Paulo Marcio Pochmann, um dos organizadores do livro.

Os pesquisadores, no entanto, não dizem de que forma a inclusão pode ser feita.

"É um pacto social, político, que pode receber recursos públicos ou privados. Se continuarmos com níveis de investimento feitos em inclusão social, chegaremos a 2020 com indicadores piores do que os atuais", diz Pochmann.

Chile
O estudo utiliza dois padrões de inclusão: intermediário e avançado, com base em indicadores de países desenvolvidos. As comparações são feitas em oito itens: educação, saúde, habitação, cultura, informática, pobreza, emprego e reforma agrária e Previdência Social.

O Chile, por exemplo, tem hoje 85% dos jovens entre 15 e 17 anos matriculados no ensino médio, o que foi considerado um nível avançado pelos pesquisadores. Os Estados Unidos têm 54,2% dos adolescentes matriculados no ensino médio, o que seria um nível intermediário. Para chegar ao patamar americano, teriam de ser construídas no país 18 mil salas de aulas para 1,8 milhão de alunos, com a contratação de 325 mil professores. Para alcançar o Chile, o número de alunos sobe para 4,9 milhões. Nesse caso, seria necessário construir mais 46.700 salas de aula.

O estado de São Paulo tem a maior dívida social das unidades da Federação: R$ 1,4 trilhão para se fazer uma inclusão avançada ou R$ 654,3 bilhões para uma inclusão intermediária. A maior demanda é na área de saúde: R$ 455,2 bilhões nos próximos 16 anos para alcançar uma inclusão social avançada. A seguir vem educação, que precisa de investimentos de R$ 446,6 bilhões.

Rio
"Em geral, os estados do Sul e do Sudeste, mesmo os que têm uma grande dívida pública, possuem mais recursos para organizar as áreas sociais em comparação com os estados do Norte e do Nordeste", diz Pochmann.

No ranking das maiores dívidas sociais, Minas Gerais aparece em segundo lugar e a Bahia, em terceiro. Eles teriam de investir R$ 715,9 bilhões e R$ 618,2 bilhões, respectivamente, para atingir um nível avançado de inclusão social.

De acordo com esse critério, o quarto lugar fica com o Rio de Janeiro, com uma dívida social de R$ 542,8 bilhões. O estado que precisa de um menor volume de recursos para promover uma inclusão social avançada nos próximos 16 anos é Roraima: R$ 14,9 bilhões.

FABIANA PARAJARA
do Globo Online

   
 
 
 

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