Audiovisual
24/07/2008

Software de animação é usado em favor da educação

Keila Baraçal

Engana-se quem pensa que animação é coisa para gente grande fazer. A prova está no nascimento de Muan, um software criado para que estudantes produzam filmes animados. A ferramenta, genuinamente brasileira, foi desenvolvida pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), concebida pelo Anima Mundi (Festival Internacional de Animação do Brasil) e teve o apoio da IBM. Há cinco anos ela é usada em escolas públicas e faz com que professores e alunos unam a arte da animação com o conteúdo visto em sala de aula.

“Ele [Muan] desenvolve a habilidade dos alunos. Os professores usam esse software como uma forma de integração curricular, através das disciplinas de geografia, história, e, principalmente, nas aulas de meio ambiente”, explica Patrícia Menezes, executiva de Cidadania Corporativa da IBM. No Brasil, mais de 100 escolas usam a ferramenta que já chegou até na Argentina.

Em termos técnicos, o Muan é um sistema usado para fazer filmes quadro-a-quadro, que permite a animação gráfica, edição, manipulação e visualização de todo o material produzido. Para produzir a animação, Patrícia explica que o processo é feito de maneira simples. “O aluno pensa numa história, seleciona alguns objetos, e, através de uma câmera, captura as imagens que foram registradas.”

Outras experiências
Entre diversas experiências feitas pelo Brasil, uma delas está na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Lá, um núcleo de animação desenvolveu, junto com os alunos e professores de escolas públicas e particulares, o filme “Zé, o desatento”. A trama toma por base a história real de vida de algumas pessoas que vivem na periferia. O local é, anualmente, devastado por conta das enchentes. “As pessoas chegam a perder seus barracos durante as chuvas, mas sempre acabam voltando para lá”, explica o diretor Maurício Squarisi.

Embora ainda não tenha usado o software Muan, Squarisi conta que sua experiência com estudantes começou já na década de 80. “Nossa preocupação não é saber se eles serão animadores no futuro, é fazer com que eles tenham contato com a animação.” O que tem de positivo neste trabalho? Para o diretor, a auto-estima dos estudantes tem um aumento relevante. “Eles deixam de ser meros expectadores e passam a ser os autores do produto”, conta. “Zé, o desatento” pode ser conferido na 16ª edição do Anima Mundi. O festival vai até o dia 27 de julho. Outras informações: www.animamundi.com.br

   
 
   
 

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