alternativa
24/09/2007

Bicicleta promete revolucionar transporte público em Paris

Maximilien Calligaris


A poluição crescente e o trânsito estão entre os problemas urbanos mais alarmantes e mais incômodos que toda grande cidade já enfrentou nos últimos 25 anos. Nenhum paulistano dirá o contrário.

Como sábado, 22 de setembro, foi o “Dia Mundial Sem Carro”, esse é o momento perfeito para falar de um dos planos urbanos mais inovadores e corajosos das últimas décadas: o Velib.

O Velib foi introduzido em Paris, na França, no dia 15 de julho passado para facilitar a mobilidade dos cidadãos, diminuir a poluição, os engarrafamentos do trânsito e o excesso de ruído, mas sobretudo para melhorar a vida social cotidiana dos habitantes. O que é Velib?

Velib é um conceito prático, pouco oneroso e ecológico, que está revolucionando os hábitos de transporte urbano em Paris. O nome é uma contração de “vélo” (bicicleta) e “liberdade”.

Em resumo, é um sistema de locação de bicicletas, oferecido pela administração municipal, com 10.648 veículos estacionados em 750 estações pela cidade inteira. O serviço é disponível 24 horas e todos os dias da semana, aberto a parisienses, franceses e estrangeiros, destinado a quem vai para o trabalho, quer passear como turista ou chegar até o mercado para fazer suas compras. Uma bicicleta pode ser retirada em qualquer ponto da cidade e devolvida em qualquer outro.

A locação, acessível com qualquer cartão de crédito ou débito, é gratuita para a primeira meia hora. A segunda meia hora é cobrada 1 euro, a terceira 2 euros, e a quarta 4 euros. Tudo isso para encorajar o usuário a se servir das bicicletas para distâncias curtas e a não permanecer com o veículo inutilmente. É também possível fazer uma assinatura diária (1 euro), semanal (5 euros) ou mesmo anual (29 euros).

O serviço é municipal, mas foi desenvolvido e realizado por Somupi, uma filial de JCDecaux (66%) – grupo mobiliário urbano - e Medias& Régies Europe, grupo Publicis (34%) – grupo de publicidade.

Ao fim do primeiro mês, a prefeitura de Paris tinha registrado mais de um milhão e meio de locações, ou seja, uma média de 1.200 por dia. Os resultados foram encorajadores, pois cada bicicleta foi, em média, alugada sete vezes por dia.
Claro, surgiram necessidades de manutenção. Depois das duas primeiras semanas, apareceram problemas têcnicos. A Prefeitura reconheceu que, em algumas estações, houve usuários de quem foi cobrada abusivamente uma meia hora suplementar.

Quanto à manutenção, JCDecaux treinou um grupo de técnicos, chamados “cycles”, que vão de uma estação a outra consertando as bicicletas levemente danificadas e recolhendo as que precisam de reparos. Esse sistema, até agora, criou 400 novos empregos, 300 dos quais permanentes.

Alguns atos de vandalismo foram também registrados, 180 bicicletas foram definitivamente aposentadas e aproximadamente 100 foram roubadas. Mas, no conjunto, a Prefeitura de Paris parece muito otimista e satisfeita com os primeiros resultados, que de fato estão devolvendo uma cara mais humana à vida parisiense. Ela vai, por conseqüência, manter suas ambições, que consistem em colocar à disposição dos usuários 20.600 bicicletas em 1.451 estações até o fim de desse ano.

   
 
   
 

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