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negligência
27 /05/2004
Pesquisa mostra que médicos brasileiros sabem pouco sobre os remédios que receitam

Uma pesquisa feita com médicos de todo o Brasil trouxe à luz uma constatação preocupante. Uma parcela grande da categoria sabe pouco sobre os medicamentos que costuma receitar. Mais da metade nem estudou o assunto na faculdade.

O doutor Juang Horng Jyh tem 18 anos de experiência como pediatra de UTIs. Desde a época da faculdade se preocupava com o risco de se receitar remédios errados ou em dose exagerada. Chegou a colecionar receitas que considerava absurdas, assinadas por colegas médicos. E transformou a preocupação em pesquisa.

Durante dois anos, o doutor Juang percorreu congressos médicos pelo Brasil e distribuiu questionários para 800 colegas de profissão. Ele queria avaliar o conhecimento dos médicos sobre remédios. A pesquisa foi transformada numa tese de doutorado na Unesp, com resultados preocupantes: 60% disseram que na faculdade não tiveram aulas específicas para aprender a receitar um medicamento. A falta de informação é grande.

Vinte e sete por cento dos entrevistados se atualizam com a ajuda de vendedores dos laboratórios. O questionário incluiu perguntas bem específicas. Por exemplo: qual o antídoto para o paracetamol - um remédio contra dor e febre, que pode intoxicar alguns pacientes. Só 47% por cento acertaram a resposta.

Quarenta e três por cento dos médicos não souberam responder o que fazer quando o paciente tem uma reação grave ao tomar um medicamento. E 73% admitiram que já receitaram remédios sem conhecer bem a composição deles.

"É importante o médico saber como esse medicamento vai interagir com o doente, muito antes de prescrever. O medicamento tem que ser usado adequadamente, senão pode atuar como veneno", alerta o doutor Juang Horng Jyh.

O tema preocupa o Conselho Regional de Medicina. Mas o CRM faz uma ressalva.

"Eu gostaria de dizer à população que ela deve ficar tranqüila, porque se estão sendo medicados por especialistas, o especialista estará receitando um medicamento da especialidade de forma adequada", afirmou Clóvis Francisco Constantino, presidente do CRM-SP.




As informações são do site do Jornal Nacional.

   
 
 
 

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