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retrato do brasil
30/12/2004
Uma a cada cinco famílias corre risco social, afirma IBGE

Praticamente uma em cada cinco famílias brasileiras vive em situação de alta vulnerabilidade. A pesquisa de Indicadores Sociais Municipais do IBGE, divulgada ontem no Rio, mostra que em 22% dos domicílios no país o rendimento médio mensal em 2000 era menor do que meio salário mínimo per capita, os responsáveis pela casa tinham menos de quatro anos de estudos e havia a presença de ao menos uma criança de até 14 anos de idade.

Foram esses os critérios usados pelos pesquisadores do instituto para definir vulnerabilidade. Os dados do IBGE, que tiveram como base o Censo de 2000, mostram que essa situação de vulnerabilidade é maior nas cidades de pequeno e médio porte do que nas grandes cidades.

Em municípios com menos de 5.000 habitantes, a proporção de domicílios onde foram encontradas essas condições era de 31%.

O percentual mais alto foi encontrado nas cidades com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, onde chegou a 39%. No outro extremo, nos municípios com mais de 500 mil habitantes, esse percentual cai para 9%.

Outro dado que indica a pior condição social nas cidades pequenas é o que compara a proporção de crianças e adolescentes que estavam trabalhando em 2000. Nas cidades com menos de 5.000 habitantes, o percentual de ocupados na população de 10 a 17 anos era de 23%. Esse percentual diminui à medida que a população aumenta. Em cidades com população entre 10 mil e 20 mil ele chega a 19% e cai para 8% nas maiores cidades, onde vivem mais de 500 mil pessoas.

Bárbara Cobo, do Departamento de População e Indicadores Sociais do IBGE, explica que a presença de crianças em famílias com pouca renda e escolaridade coloca o domicílio numa situação de vulnerabilidade. "Essas crianças estão em idade escolar e ainda são dependentes de pais com baixíssimo rendimento e pouca escolaridade", afirma ela.

Para a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, os dados do IBGE ajudam a entender melhor a situação de pobreza de famílias com crianças. "A pobreza no Brasil tem cara de criança, e de criança do semi-árido. Os dados mostram que há muita iniqüidade quando são comparados municípios pequenos e rurais com áreas urbanas", diz Poirier.

Outro aspecto levantado pela representante do Unicef no Brasil é que a baixa escolaridade das famílias é um fator de risco para as crianças. "Sabemos que filhos de mães sem instrução têm três vezes mais possibilidade de não completar um ano. As famílias mais pobres também têm menos acesso a serviços básicos por meio de políticas públicas", diz Poirier.

ANTÔNIO GOIS
do jornal Folha de S. Paulo, sucursal do Rio

   
 
 
 

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