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Leia
repercussão da coluna: Ninguém
vai poder reclamar de que não sabia
Caro
Gilberto:
Concordo
que a cobertura desta campanha eleitoral pela imprensa
brasileira é uma das mais completas que já
houve. E também uma das mais equilibradas, pois
todos os quatro candidatos com chances reais de vitória
conseguem, em maior ou menor grau, apresentarem suas
idéias e planos de governo, e até mesmo
os dois postulantes à presidência da extrema-esquerda
tem suas candidaturas e propostas anunciadas à
população. Tal debate é fruto do
amadurecimento da democracia em nosso país e
do paralelo amadurecimento de nossa grande imprensa.
Noto,
porém, um defeito desta mesma cobertura, de resto,
como já disse, de muito boa qualidade: o anômalo
espaço concedido à política econômica
no debate entre os candidatos, que em certos momentos
foi tão grande que praticamente converteu-se
no único tema da campanha. E saúde ou
agricultura, não se fala sobre isto? E educação,
tema vital para superarmos o atraso do país?
Estas
questões poderiam e deveriam ter sido mais abordadas,
tanto pelos candidatos como pela mídia. Mas também
aí amadureceremos, e acredito que já na
próxima campanha presidencial os temas citados
e demais outros também ganharão a relevância
merecida. Estamos progredindo. Agora, gostaria de finalizar
dizendo o seguinte: qualquer um dos "quatro grandes"
--- Lula, Serra, Garotinho ou Ciro --- que se eleja,
tenhamos em mente que tempos (ainda mais) difíceis
estão vindo por aí. O ano que vem, 2003,
será certamente tão amargo, em termos
econômicos, quanto este.
Provavelmente
a economia brasileira só começará
a respirar com um pouco mais de folga a partir do início
de 2004. E não vai adiantar reclamarmos: infelizmente,
não tão cedo conseguiremos equalizar o
altíssimo endividamento público que nos
será deixado pelo Presidente Fernando Henrique
Cardoso, e nossos setores exportadores só agora
começam a se recuperar do massacre que sofreram
durante a "farra cambial" da quase paridade
Real-Dólar, ainda no primeiro mandato de FHC.
Tempos ásperos ainda nos aguardam, seja quem
for o presidente escolhido. Tenhamos fibra para enfrentá-los.
Um
abraço,
Alex Ricciardi.
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