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universidade
07/03/2005
Reforma universitária vira debate ideológico
 

A discussão entre o ministro da Educação, Tarso Genro, e os ex-titulares da pasta Paulo Renato Souza e Cristovam Buarque, que tinha como tema a reforma universitária proposta pelo MEC, ficou dividida entre mercado e Estado e foi marcada por divergências político-ideológicas. O encontro foi na noite de quinta-feira em São Paulo.

Paulo Renato e Tarso puxavam o coro. A platéia, também visivelmente dividida, seguia com aplausos. "Ele acredita na regulamentação estatal do ensino superior, eu, na sociedade. As instituições que tiraram notas D ou E (no Provão) não tiveram outra solução do que baixar seus preços, eu confio nas pessoas para regular o sistema", disse Paulo Renato.

Ele concorda com a crítica de setores da educação superior que afirmam que o anteprojeto de reforma fere a autonomia das universidades ao instituir conselhos com participação da sociedade.

Para Tarso, "ficou clara a posição do ex-ministro quando disse que as pessoas são vacinadas" e que por isso o Estado não precisar regular o sistema. "Mas achamos que o Estado tem que criar pontos de partida iguais e trazer o jovem para a cidadania pelo sistema regulatório", disse, arrancando aplausos do público estudante.


Tensão

Tarso ainda disse que Paulo Renato promoveu um crescimento exagerado de cursos superiores, sem qualidade.

Ao se defender, Paulo Renato iniciou o que seria o momento mais tenso do debate. Disse que Tarso o estava acusando de "defender interesses escusos, porque tinha compromisso com suas atividades profissionais". O ex-ministro hoje é consultor de ensino superior e atua principalmente na iniciativa privada. "Tenho uma história na universidade pública", afirmou Paulo Renato.

"Se disse isso, retiro formalmente essa afirmação", rebateu Tarso, encerrando o início de bate-boca.


Elogios
Cristovam elogiou várias vezes a gestão de Paulo Renato. O ex-ministro acenava de forma afirmativa com a cabeça.

Os dois defenderam idéias semelhantes como o investimento do capital estrangeiro nas universidades, limitado pelo anteprojeto da reforma, e medidas modernizantes, como a valorização da educação a distância e a mudança nos currículos.

"Cristovam falou com seu brilho costumeiro, mas não ousamos ainda desencadear alguns temas muito difíceis", respondeu Tarso, tentando puxar o petista para seu lado.

RENATA CAFARDO
da Agência Estado

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