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20/02/2004
Proibida de renegociar em 2004, Marta se diz engessada por dívida

Em encontro com empresários do Bom Retiro ontem, para apresentar o projeto de revitalização da Rua José Paulino, a prefeita Marta Suplicy queixou-se da dívida da Prefeitura com Brasília e as dificuldades que isso causa à administração. Ela classificou de ruim o contrato com a União celebrado pelo ex-prefeito Celso Pitta.

Marta disse que a dívida engessa as finanças municipais e limita os investimentos, e afirmou que, por ser ano eleitoral, não poderá renegociar o débito, apesar da promessa de ajuda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita em 2002.

Segundo demonstrativo de 2003 da dívida consolidada do município, publicada no início do mês no Diário Oficial, em dezembro a dívida com a União chegou a R$ 24,7 bilhões (a dívida total da cidade é de R$ 26,3 bilhões). Ela é quase duas vezes e meia a receita corrente líqüida da Prefeitura, que atingiu R$ 10,6 bilhões no fim de 2003.

Quando Pitta assinou o acordo com a União, em maio de 2000, o montante era R$ 10,5 bilhões. O pagamento foi dividido em 30 anos, com juros de 6% e parcelas equivalentes a 13% da receita líqüida anual.

Uma cláusula previa que 30% do valor (pouco mais de R$ 3 bilhões) seria amortizada em 2002 de uma só vez. Alegando que o valor inviabilizaria as finanças da cidade, Marta não fez a amortização. Com isso, os juros subiram para 9%, retroativos à assinatura do contrato.

Reclamando de obrigação de gastar cerca de R$ 100 milhões ao mês com parcelas da dívida, após a eleição presidencial de 2002 Marta obteve de Lula o compromisso de o Governo federal reavaliar o contrato quando o Congresso aprovasse a reforma tributária. Mas, segundo a Secretaria das Finanças, não houve avanço.

Através de Antenor Braido, ex-secretário de comunicação, Pitta disse que, se não fosse o acordo que assinou, “Marta estaria de joelhos”, rolando a dívida a cada seis meses.

No encontro com empresários , Marta, que é candidata à reeleição, fez uma prestação de contas de sua gestão e alfinetou antecessores e os governos tucanos — estes, por não terem investido mais no metrô.

 

 

EVERALDO GOUVEIA
do Diário de S. Paulo

 
 
 

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