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Ministro
José Serra quer "guerra" contra o Paraguai
Gilberto
Dimenstein
Baseado em simulações feitas pela Fundação Getúlio Vargas, o Ministro
da Saúde, José Serra, está convencido de que basta subir o preço
do cigarro para reduzir o consumo - o que, além de reduzir o vício,
diminuiria as doenças e melhoraria os cofres públicos, via aumento
de impostos.
A resistência para essa tática está, em boa parte, localizada no
Paraguai. "Somos reféns do contrabando paraguaio, o que é inadmissível",
afirma o ministro. Explicação: caso o governo determine o aumento
do preço do cigarro, os contrabandistas conquistariam ainda mais
mercado, oferecendo um produto mais barato.
O Ministério da Saúde estima que cerca de 30% do cigarro consumido
no Brasil seja contrabandeado do Paraguai, graças à falta de controle
na fronteira. "Estamos com uma das mãos amarradas", afirma Serra
."Se subimos o preço, aumentamos o contrabando", explica.
Informações da Receita Federal indicam que empresas brasileiras
se instalaram no Paraguai para produzir cigarro, aproveitando a
facilidade de contrabando pela fronteira.
Técnicos do Instituto Nacional do Câncer, segundo apurou a Folha
de S.Paulo, preferem falar no anonimato para não ferirem suscetibilidades
diplomáticas. Eles acreditam que o contrabando é feito com a conivência
das autoridades paraguaias e que falta firmeza ao Brasil na fiscalização
da fronteira.
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