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Dia 26.06.00

 

 

Campanha para integrar deficientes atrai poucos empresários

Rodrigo Zavala
Equipe GD

A tentativa de sensibilizar empresários dos setores privado e público para a inserção de pessoas portadoras de deficiência (PPD) no mercado de trabalho formal não obteve a repercussão desejada pelos organizadores.

Promovida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, em parceria com a Delegacia Regional do Trabalho do Estado de São Paulo (DRT-SP), a Campanha de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência no Trabalho, realizada entre os dias 19 e 21 de junho, encerrou-se sem ao menos um representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Foram palestras e debates sobre legislação para deficientes, experiências sindicais e empresariais, programas de capacitação e qualificação, serviços das instituições de amparo e discussões sobre a obrigatoriedade da empresas privadas em adotar cotas.

Cecília Zavariz, coordenadora do Programa de Integração de PPD no Trabalho do DRT-SP, encerrou o evento defendendo que, mesmo com leis que garantam o ingresso de deficientes nas empresas, eles não devem ser empregados a qualquer custo, mas sim integrados.

"Se nós não os integrarmos às empresas, eles poderão ser submetidos a um ambiente pouco agradável. Isso só trará constrangimentos e, com isso, pedidos de demissão", afirmou.


Decreto é revolucionário para a integração de deficientes, diz procurador

Rodrigo Zavala
Equipe GD

"Nós conseguimos decretos revolucionários, como o n.º 3.298, que impõe às empresas cotas de 2% a 5% para deficientes. Além disso, pelo decreto, exames médicos não podem nos descartar das disputas para cargos públicos, como já aconteceu comigo".

A declaração de Ricardo Fonseca, portador de deficiência visual e Procurador Regional do Ministério Público do Trabalho, foi feita no último dia da Campanha de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência no Trabalho.

O decreto resultou, segundo Fonseca, na obrigatoriedade do Estado em atender às necessidades dos deficientes, através de equipamentos de habilitação e reabilitação não só para o trabalho, mas também para o lazer e para a comunicação.

Já para o professor de Antropologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), João Batista Ribas, o decreto pode virar uma armadilha. "Se ele se tornar uma obrigação, será visto negativamente pelos empresários, que moverão ações contra", lembrou.

Na opinião de Ribas, a obrigatoriedade traz transtornos tanto aos empresários quanto ao empregado portador de deficiência.

"Os empresários não sabem o que fazer com eles, mas se mostram dispostos a um diálogo, para saber como inserir o trabalhador deficiente em sua empresa. O importante não é apenas contratar, e sim mantê-lo no emprego", completou.

Ribas afirmou que há projetos de lei para diminuir as cotas para portadores de deficiência nas empresas para apenas 2%.

"Já temos conhecimento desses projetos, mas temos certeza que não serão sequer votados", respondeu o procurador Ricardo Fonseca.

Leia mais
- Íntegra do decreto n.º 3.298
- Aprovado projeto que regulamenta o trabalho de deficientes
- Fiscalização faz empresas correrem atrás de portadores de deficiência
- Confira oportunidades de trabalho para deficientes
- Como conquistar uma vaga

Links relacionados:
- Associação para a Valorização dos Excepcionais (Avape)
- Centro de Vida Independente (CVI)

 

 
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