Mercado
de trabalho perpetua racismo no Brasil
Jota Ribeiro
Equipe GD
O Brasil é
o maior país negro fora da África. De acordo com dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) de
1999, a população brasileira era 54,43% branca, contra
5,43% de pretos e 40,20% de pardos. Mesmo que a parcela negra da
população represente cerca de 45% da força
de trabalho nacional, ainda existe marginalização
no trabalho e pouca oportunidade.
Segundo pesquisa
realizada pelo Dieese sobre atuação da população
negra no mercado de trabalho, divulgada hoje, dia 20 de novembro,
existem preconceitos raciais que interferem na igualdade de oportunidades
entre as raças. Do total da população negra
apta para o trabalho, apenas 5,56% está ocupada. A população
parda está em melhores condições: 39,27% está
trabalhando.
A inserção
e permanência dos negros no mercado de trabalho se dá
de forma precária e desigual. A população negra
se concentra de forma intensa nos ramos de atividade agrícola,
construção civil e prestação de serviços,
com maior representatividade na categoria de trabalhos domésticos.
Para o professor
da Faculdade de Filosofia Letras Sociologia e História (FFLSH)
da Universidade de São Paulo (USP), João Batista Borges
Pereira, a questão observada na pesquisa é uma condição
histórica que se registra no Brasil desde a Lei Áurea.
"Hoje se observa um processo de preconceito do sistema; já
não é nem do branco para o negro", diz o professor.
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