Policiais
de bicicleta
Atléticos,
eles têm entre 21 e 25 anos, trabalham de tênis,
de bermuda, usam colete a provas de balas, carregam armas
- e, pedalando uma bicicleta, são os novos personagens
na paisagem paulistana. Não passam, por enquanto, de
um pequeno time de dez homens e duas mulheres, mas, em breve,
devem ser um batalhão espalhado pela cidade.
Numa experiência
que acaba de começar no bairro do Ipiranga, foi lançada
a ronda ostensiva de bicicleta da Polícia Militar,
apresentada como uma alternativa para facilitar a perseguição
aos delinquentes e promover policiamento comunitário.
A idéia
de adotar a iniciativa em São Paulo- já existe
esse tipo de policiamento em cidades como Bauru- surgiu porque
dois criminosos agiam no Ipiranga utilizando bicicletas.
Quando
eram perseguidos pelos carros da polícia, os marginais
bicicleteiros conseguiam escapar, subindo pelas calçadas
ou entrando na contramão. "Se serve para facilitar
a vida dos bandidos, por que é que as bicicletas também
não poderiam nos ajudar?", pergunta Wilson Santos Silva,
comandante da 2ª Companhia do 3º Batalhão da Polícia
Militar.
A Escola
de Educação Física da PM treinou os policiais
para fazer a ronda de bicicleta, com dicas sobre como abordar,
perseguir, descer as rampas e escadas - e até mesmo
como usar a bicicleta como arma para barrar os marginais.
"Melhorou a ação da polícia", sustenta
Wilson, comemorando os resultados iniciais.
Ainda
é cedo para avaliar o impacto da ronda sob duas rodas,
mas, nos últimos dias, notou-se uma redução
nos furtos no bairro. "Ganhamos presença e aprimoramos
nosso envolvimento com a comunidade", afirma Wilson.
Perseguida
pelas acusações de ineficiência e, neste
ano, acossada pela disputa eleitoral, a Secretaria da Segurança
Pública informa que, a partir da experiência
do Ipiranga, pretende implantar mais policiais de bicicletas
nos bairros planos da cidade.
Por causa
da aposta sobre a eficiência da ronda sob duas rodas,
a paisagem paulistana, já conturbada pelos ziguezagues
de motocicletas, vai receber mais centenas de motoqueiros.
O governador Geraldo Alckmin liberou recursos para treinar
centenas de policiais que farão vigilância nas
motos, conectados aos carros da polícia.
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