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Dia 04.04.01

Não é fantasia

Imagine uma estrada de terra de 18 km -ornamentada de flores, árvores frutíferas, aves e capivaras- na região nobre da cidade de São Paulo. Em seu leito, não trafegariam carros, ônibus ou motocicletas; pedestres e ciclistas circulariam por ela despreocupados.

Se é difícil imaginar, mais difícil ainda será fazer um leitor acreditar que essa paisagem já exista. Mas o fato é que existe, quase clandestina, utilizada por uns poucos ciclistas, o que, numa cidade sem áreas públicas, é um monumental desperdício.

Explicável a clandestinidade. A estrada passou a ser digna de um transeunte somente há pouco menos de dois anos, depois que autoridades estaduais decidiram investir, em parceria com empresários, na paisagem da marginal do rio Pinheiros, criando o Projeto Pomar.

Foram plantadas 240 mil mudas. Por causa delas, estudantes começarão amanhã a percorrer a pé alguns trechos da estrada: estarão ali para a inauguração de uma escola dedicada exclusivamente à questão ambiental, localizada ao lado da estação de despoluição, próxima ao viaduto João Dias.

A idéia é que aquele jardim de 18 km sirva como um laboratório educacional para estimular, nas escolas, o interesse pela ecologia. O ponto mais instigante desse laboratório a céu aberto é a estação de despoluição. Os tanques mostram as várias etapas por que passam as águas sugadas do rio Pinheiros: barrentas, tornam-se cristalinas e vão alimentar as flores e as árvores.

Depois de apreciarem a água tratada, os estudantes serão convidados a um exercício de imaginação. E se todo aquele rio fosse tão limpo como a amostra de água produzida que acabaram de ver, atraindo peixes e banhistas?

Olhares incrédulos -e basta ver aquele rio para ficar incrédulo- certamente surgirão, pois, para muitos, tal promessa oscila entre a mentira e o exagero. Mas os técnicos e ambientalistas querem convencer os desconfiados estudantes de que, além de viável, a idéia sairia do campo da fantasia já no próximo ano, depois de implantado o sistema de tratamento ao longo do rio.

Por mais convincentes que sejam os argumentos, os estudantes, assim como os moradores da cidade, só acreditarão mesmo nessa nova realidade quando virem o primeiro banho -assim como hoje podem ver flores.

 

 

 
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