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Dia 05.12.01

Artes marginais

Está prevista para esta sexta-feira a assinatura de acordo para tentar tirar do papel um velho - e sempre frustrado - sonho da cidade: despoluir o rio Pinheiros. É uma parceria entre a Petrobras e o governo de São Paulo. Aquela região, fétida e congestionada, pode virar um pólo de produção de beleza?

O urbanista Cândido Malta está convencido de que o novo coração cultural de São Paulo nascerá naquelas imediações. "A explosão já está acontecendo", aposta Cândido, que, como responsável pelo Plano Diretor da USP, quer também mexer na paisagem.

Para facilitar o acesso dos alunos, a USP preparou projeto de uma estação de metrô na marginal Pinheiros, ao lado do shopping Villa-Lobos. Sobre o rio, cujas margens já estão sendo floridas, seria construído um misto de passarela com centro cultural, que desembocaria no campus.

Viu-se na semana passada um dos sinais dessa "explosão": a inauguração do Centro Tomie Ohtake, dedicado às artes visuais e cênicas, que foi projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Mas o que justifica a aposta nesse movimento é a combinação da questão demográfica com as alterações na paisagem da cidade.

Começa a ser preparada a saída do Ceasa para o Rodoanel, o que amenizará o tráfego de caminhões e, mais ainda, gerará núcleos habitacionais na gigantesca área desocupada. A linha 4 do Metrô vai reformar o deteriorado largo de Pinheiros; a prefeitura estuda a possibilidade de desapropriar o terreno que foi da Cooperativa de Cotia, que fica em torno da futura estação, transformando-o, em parceria com o Sesc, em salas de exposições e de cinemas, com auditórios e restaurantes.

João Carlos di Gênio está investindo no campus marginal Pinheiros da Universidade Paulista, da qual é proprietário: pretende erguer ao lado das faculdades um teatro com 800 lugares e uma casa de shows com lotação de 7.500 espectadores. Planeja instalar também os estúdios de sua emissora de televisão.

Na lógica da economia de mercado, as bilheterias serão procuradas pelos moradores dos bairros das redondezas, como Pinheiros, Vila Madalena, Alto de Pinheiros, estendendo-se até Perdizes e Sumaré, cinturão em que mora boa parte da intelectualidade paulistana - pouco disposta, como qualquer paulistano, a enfrentar o trânsito e, agora, beneficiada pelas novas linhas do Metrô. "Nosso sonho é ver as pessoas andando a pé pela cidade", afirma Ruy Ohtake.

 

 
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