Jardim
na Faria Lima
A poucos
metros de suas instalações, num pequeno trecho
do canteiro central da avenida Faria Lima, o Colégio
Palmares, uma das escolas frequentadas pela elite paulistana,
criou um jardim público. Sem que ninguém percebesse,
surgiu naquele espaço, em frente ao badalado bar Pirajá,
uma amostra grátis de um dos mais importantes projetos
paisagísticos de São Paulo.
Já
existem recursos para desenvolver um plano -elaborado pela
Empresa Metropolitana de Urbanismo (Emurb)- que pretende transformar
o canteiro central da Faria Lima, com quase 5,8 km, num passeio
público. Os recursos são provenientes da operação
urbana Faria Lima; a publicação do edital de
licitação está prevista para a primeira
semana de agosto.
Isso significa
que os pedestres teriam a chance de caminhar, rodeados de
flores e de árvores frutíferas, com direito
a descanso em bancos, do parque Ibirapuera até a rua
Pedroso de Moraes. A idéia é espalhar palmeiras,
plantadas já adultas, em toda a avenida, concentradas
especialmente nos cruzamentos -o que confere à intervenção
impacto imediato, conveniente à paisagem política
municipal, ávida por visibilidade.
A modificação
mais radical desse trajeto depende, porém, do governo
estadual: a criação de uma estação
do metrô no largo da Batata, a região mais deteriorada
de todo esse percurso. Ali vai ser construída uma das
paradas da linha quatro do metrô, com entrega prevista
para 2005.
A Emurb
quer fazer um acerto com a CPTM (Companhia Paulista de Transporte
Metropolitano) para que essa estação tenha uma
vocação basicamente cultural. Daí o sonho
-e, por enquanto, só um sonho- de arrebatar, em parceria
com o Sesc, um imenso terreno abandonado no largo da Batata,
que pertencia à Cooperativa de Cotia, hoje metido num
complexo litígio. "A saída é a desapropriação",
afirma Maurício Faria, presidente da Emurb.
Tudo isso
é bem diferente das intenções dos empresários
com interesses imobiliários: eles defendiam que, com
o dinheiro disponível, não se "desperdiçassem"
verbas com "frescuras" ecológicas. Queriam
a construção de uma ligação para
automóveis entre a Faria Lima e a região da
Berrini -é a mentalidade de quem só vê
dinheiro na paisagem.
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