Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente
   

Dia 09.05.01

Chique é andar a pé

Espaço dos boêmios, artistas e "alternativos", a Vila Madalena viu nascer, entre as ruas Purpurina e Harmonia, duas sisudas torres de escritórios, finalizadas neste ano -as torres são um sinal de que, no futuro, chique em São Paulo vai ser andar a pé.

"Os melhores bairros serão aqueles que se parecerem com uma minicidade, onde se possa andar a pé e resolver quase todas as necessidades", diz o arquiteto Ruy Ohtake, que mora a seis quarteirões de seu escritório, localizado na avenida Faria Lima; o trajeto exige uma caminhada de menos de 15 minutos.

Já é comum pais de classe média optarem pela escola dos filhos usando como critério a localização; a partir daí escolhem o clube, os médicos, os dentistas e os terapeutas. "Ir ao escritório a pé e almoçar em casa virou um sonho urbano", afirma o presidente da seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Gilberto Belleza, que trabalha e mora na Vila Madalena.

Numa resposta ao tormento do paulistano com o trânsito, espalham-se prédios de escritórios e shoppings encravados em áreas essencialmente residenciais. "Os prédios de escritórios são especialmente atrativos aos profissionais liberais", comenta Belleza.

Depois do lançamento, no ano passado, do shopping Pátio Higienópolis, foi inaugurado ontem o Frei Caneca Shopping, que também aposta no marketing da caminhada.

Imagina-se que os clientes, moradores das redondezas, vão considerar uma vantagem poder frequentar as lojas, os restaurantes, o teatro e os cinemas sem ter de tirar o carro da garagem.

O sonho das minicidades é favorecido pela mudança do perfil de trabalho na cidade de São Paulo, mais voltado aos serviços e às novas tecnologias, especialmente a Internet. Está mais fácil trabalhar à distância.

Caso esse movimento se intensifique e as pessoas passem mais tempo onde vivem, o bairrismo, captado na edição passada da Revista da Folha, deverá ainda ficar mais forte -a principal referência do paulistano passaria a ser o bairro, transformado numa espécie de fortaleza contra o caos, e não a cidade.

Leia também

Eles são cultos, ricos e ignorantes

 

 
                                                Subir    
   ANTERIORES
c
  Rua da segurança
  Marketing no parque
  Amores possíveis
  Procuram-se anjos
  Não é fantasia
  Ronda aérea contra o crime
  O esgoto vai virar lazer?
  Amor no Carandiru
  Clube fechado
  Gente no lugar de carro
  O paradisíaco Carandiru
  Rodízio em Crise
  Polícia do lixo
  Cidade deficiente
  Fora dos trilhos
  Marajás paulistanos
  Palácio belezura
  Bairro belezura
  Os fantasmas da prefeitura
  O homem-morcego mora aqui