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Dia 13.02.03

Criação "off-Garden"

Difícil imaginar que aquele terreno tão estreito - em alguns trechos, tem apenas sete metros de largura e mais parece um corredor - se transformaria numa praça. Até então, servia de depósito de lixo.

A intervenção exigiu de sete arquitetos que quebrassem as cabeças para fazer uma área de lazer naquele terreno, na rua Matheus Grou, em Pinheiros. Inteligência estética não falta nas redondezas, onde prospera uma zona de decoração sofisticada, batizada de "off-Garden", numa referência em tom de brincadeira à Gabriel Monteiro da Silva, principal rua, no Jardim América, de design de móveis e objetos de decoração de São Paulo.

Nas reuniões da Associação dos Amigos e Comerciantes da Matheus Grou, uma das antigas moradoras da rua sempre reclamava da falta de um espaço a que as mães levassem seus filhos e que servisse de ponto de encontro para os idosos. O aposentado Luiz Eugenio de Mello, presidente da associação, conseguiu autorização da prefeitura para ocupar o terreno. "A comunidade fez de um terreno repleto de lixo um parque para todas as idades", comemora.

Não foi a primeira experiência comunitária deles: mobilizaram-se meses antes para transferir os mendigos que viviam embaixo do viaduto, sob a rua Teodoro Sampaio, para um abrigo. Surgiu ali um jardim.

Inventaram-se para a praça brinquedos e bancos ecologicamente corretos, usando madeiras certificadas; as peças foram elaboradas numa marcenaria da rua. Conseguiu-se até espaço para um anfiteatro e uma quadra de esportes.

Os equipamentos foram dispostos numa pista sinuosa para contornar a sensação de aperto nos trechos mais curtos. Como não faltam paredes, foram doados dez painéis de azulejos montados por centenas de alunos da Universidade Mackenzie, cujos projetos foram escolhidos em um concurso para embelezar São Paulo; o que era um corredor abandonado se transforma assim numa galeria a céu aberto.

A praça, ainda sem nome, será entregue no começo de março, quando também se pretende lançar uma espécie de movimento "off-Gabriel" para revelar ao paulistano mais uma tribo de designers, instalados fora das fronteiras ricas dos jardins. Como perceberam que melhorar a rua é também melhorar seus negócios, preferiram não esperar pelo poder público.

 

 
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