Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente
  

Dia 15.02.02

Design da periferia

Um dos principais designers gráficos brasileiros, o arquiteto Rafic Farah deixou sua assinatura em projetos de marcas sofisticadas de lojas e de restaurantes, em revistas e em produtos. Depois de ter criado o projeto gráfico da revista "Trip" e as logomarcas da Zoomp e do restaurante Spot, quer disseminar a arquitetura e o design pela periferia de São Paulo.

Ele está envolvido com um grupo de professores da "Escola da Cidade", uma faculdade de arquitetura que pretende fazer da sombria periferia um ateliê de rua. Dentro da grade curricular da faculdade, professores orientam os alunos a desenvolver com a comunidade áreas de convivência. Um dos programas, em parceria com a revista "Trip", está sendo realizado no Jardim Ângela, uma das regiões mais violentas do Brasil. Ali se desenhou uma quadra de esportes combinada com um centro de convivência comunitária, cercada por palmeiras.

Delimitou-se, assim, uma nova perspectiva de paisagem, com a criação de um oásis visual. "Criar espaços de lazer e de convivência ajuda a combater a violência. É tarefa de uma faculdade de arquitetura ajudar os moradores das regiões abandonadas a serem protagonistas urbanos e a melhorarem seu próprio espaço", diz Rafic.

Sua filosofia é estimular que os alunos façam da cidade uma escola. Os projetos buscam integrar os conhecimentos ministrados, evitando que sejam fragmentados, dispersos, reféns de uma grade curricular. A idéia não é trabalhar disciplinas, mas temas articuladores. Isso é feito por diferentes professores, mas sempre com ênfase na realização de projetos experimentais, entre os quais estão em andamento o da recuperação de áreas abandonadas ou descuidadas do Horto Florestal e ações em parceira com a associação Sou da Paz. "Faculdade sem experiência não é faculdade", resume.

Paulistano apaixonado, Rafic foi convidado na semana passada para desenvolver num restaurante um design de sanduíche. Certamente essa não é uma tarefa para um arquiteto, mas talvez para um filho de Jorge Farah, que entrou na história da cidade justamente por causa de um sanduíche. Comerciante, boêmio, cantor, instrumentista, Jorge adorava cozinhar. Em 1952, num barzinho em São Paulo chamado Dunga, criou o hoje popular "beirute", que, da cidade, se espalharia pelo Brasil. "Quero ver se mantenho a tradição familiar", brinca, ainda sem saber que ingredientes usar.

 

 
                                               Subir    
   ANTERIORES
c
  "Patrícia, meu amor, te adoro"
  Milagre dos peixes no rio Pinheiros?
  Grafite em homenagem a Celso Daniel
  Metro mais caro do mundo é aqui
  Até a arte ficou blindada
  A psicóloga Marta e o ipê-amarelo
  A reinvenção de São Paulo
  Ao vencedor, o largo da Batata
  Fantasias paulistanas
  Artes marginais
  Conversa de bar em bar
  Gabriel Monteiro ganha favela
  Faap expõe incivilidade paulistana
  Anúncio para assaltantes
  Cães e cantores fora do Ibirapuera
  São Paulo dos sonhos
  Era mais do que um muro de heras
  Universidade vai para o centro
  Sirene contra as enchentes
  Burrice e inteligência na Vila Olímpia
  Rock é bom contra crise
  Em Nova York tudo continua possível