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Dia 19.11.01

Faap expõe incivilidade paulistana

Reverente aos encantos de Paris, a família Álvares Penteado decidiu criar, na década de 40, um espaço para difundir as artes e civilizar a provinciana São Paulo. Assim nasceu, no aristocrático bairro do Pacaembu, a Fundação Armando Álvares Penteado.

Uma associação batizada de "Viva Pacaembu" surgiu há dois meses para brigar com o que considera a incivilidade da Faap, acusando-a de ser um dos principais transtornos do bairro. "É um enorme problema", reclama Antônio Camargo Freire Jr, nascido há 43 anos na região e que tinha o costume de empinar pipa na
praça Charles Müller, hoje transformada em estacionamento para os estudantes.

Irritada com o barulho e com os congestionamentos provocados pelos alunos, Ienidis Benfati, da Associação "Viva Pacaembu", queixou-se à direção da Faap. "Disseram que a culpa era dos pais, que davam carros aos seus filhos. Deveríamos falar com os pais", afirma Ienidis, para quem, além do tráfego, aquela afluência de tantos alunos de classe média atraiu traficantes de drogas.

Mas a Faap está preocupada com o excesso de carros de seus estudantes. Tanto que comprou várias casas para construir, no subterrâneo, um estacionamento para 2.500 automóveis. A proposta foi enviada ao secretário municipal do Planejamento, Jorge Wilheim, que gostaria, porém, de ver uma solução melhor para o problema. "O ideal é que se crie um sistema de transporte público de qualidade entre as estações do metrô e a faculdade. Os alunos deixariam seus automóveis mais longe", diz Wilheim, consciente de que é uma idéia que sofre de excesso de civilidade numa cidade em que o carro é, antes de tudo, sinal de status.

A reação dos moradores já começa a fazer efeito. Está prevista para hoje uma reunião com a administradora regional da Sé, Clara Ant, responsável pela região do Pacaembu, em que se discutirá especificamente o caso da praça Charles Müller. "Sou contrária ao uso da praça como estacionamento. Mas, se, por acaso, ela servir de estacionamento, o poder público terá de receber por isso", afirma a administradora. Para ela, aquele espaço, reflexo do subdesenvolvimento, virou "terra de ninguém".

PS - Apesar dos vários recados deixados na assessoria de imprensa da Faap, ninguém se dispôs a falar.

 

 
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