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Dia 21.06.01

Guerra dos postes

Ao caminhar por agradáveis cidades da Europa e dos Estados Unidos, Nabil Bonduki procurava, com seu olhar de professor de arquitetura, entender por que a paisagem de São Paulo é tão "perturbadoramente feia".

Eleito vereador pelo PT, ele dá os últimos retoques num projeto para tirar do papel uma de suas idéias, concebida nos passeios em Paris ou em Nova York, para diminuir a feiúra paulistana: combater os fios pendurados nos postes de eletricidade. "Fiação exposta é coisa de lugar subdesenvolvido. É como deixar o varal na sala de visitas." Bom exemplo estético pode ser visto num dos cartões-postais da cidade, a avenida Paulista, cuja elegância se deve, em parte, à ausência do "varal".

Com o apoio da prefeita Marta Suplicy, Nabil quer obrigar as empresas de telefonia e de energia a transferir seus fios para o subsolo, reduzindo o "efeito varal" nas ruas. Em contrapartida, elas receberiam isenção do imposto de utilização do espaço público; seria o jeito de compensar o custo das obras. "Uma das vantagens imediatas é que as árvores, hoje podadas por causa dos fios, poderiam crescer e embelezar as ruas", afirma Nabil.

Esse projeto de lei é mais um ingrediente na nada subterrânea guerra dos postes em São Paulo. Na busca de recursos, a prefeitura promete cobrar, na Justiça, o dinheiro pelo uso dos espaços usados pelos postes.

Dona dos postes, a Eletropaulo adianta que, se for obrigada a fazer tal pagamento, a conta vai acabar no bolso do consumidor. Para evitar isso, a direção da empresa acredita que o mais adequado seja esconder a fiação no subsolo de apenas algumas regiões da cidade.

A Eletropaulo já está envolvida numa dura disputa com a Telefônica: quer cobrar um aluguel de R$ 5 por poste; a Telefônica informa que não está disposta a pagar mais de R$ 0,12.

Como a legislação determina a abertura do mercado de telefonia em 2002 às empresas de telecomunicação, a cobiça por postes tende a crescer -a Embratel, por exemplo, mandou dizer que topa o preço da Eletropaulo.

Quem resolveu questão semelhante a essa foi a Prefeitura de Barcelona, na Espanha, uma das mais importantes referências em urbanismo do mundo -mas não foi uma solução barata. O próprio poder público esburacou as ruas e criou um duto no subsolo para os fios, tirando-os dos postes. Decidiu, então, cobrar aluguel para o uso do duto.

 

 
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