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Dia 28.12.01

A reinvenção de São Paulo

Graças aos catadores de material reciclável da zona leste de São Paulo, está prestes a ser apresentada uma invenção para modernizar um veículo movido a tração humana. É um carrinho ergonômico, resultado de parceria entre um professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, e o Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) da USP (Universidade de São Paulo).

Um dos convidados internacionais do projeto Arte/Cidade -evento que, periodicamente, faz de uma região da cidade uma galeria a céu aberto-, o designer Krzysztof Wodiczko resolveu desenhar um carrinho para facilitar a vida dos catadores de papel, personagens tão comuns na paisagem paulistana, a linha fronteiriça entre a informalidade e a mendicância.

O carrinho é uma das várias intervenções preparadas por artistas brasileiros e estrangeiros a serem espalhadas por Belenzinho, Brás, Mooca, Pari. Cortados pela linha do trem, esses bairros, povoados por imigrantes europeus, especialmente italianos, representavam até a década de 40 a pujança industrial de São Paulo. E, depois, perderam papel, entrando num círculo vicioso de decadência urbana -os catadores de recicláveis são sinais ambulantes dessa decadência.

A quarta versão do Arte/Cidade, cujas instalações começam a ser preparadas no início do próximo ano, querem estimular a reflexão sobre o futuro da zona leste. A provocação dos artistas encaixa-se no mais importante sonho da prefeitura -e nos sonhos dos mais influentes urbanistas. "É a grande saída para melhorar a cidade", aposta Raquel Rolnik. "É a solução óbvia", garante Cândido Malta.

O secretário do Planejamento, Jorge Wilheim, está articulando um plano para trazer a população, especialmente da periferia, de volta à zona leste. Ele quer estimular a construção de empresas e conjuntos residenciais ao longo da linha férrea, onde se vêem hoje centenas de galpões abandonados. "É a maior fronteira urbana do planeta a ser reaproveitada", diz Wilheim.

A solução é tão óbvia como necessária, porque aqueles bairros já têm a infra-estrutura pronta e, mais importante, a linha férrea significaria transporte público de qualidade, desta vez conectado ao metrô. Aposta-se, ali, não apenas na reinvenção de bairros -mas da própria cidade de São Paulo, que inverteria seu caminho rumo à periferia.

 

 
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