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Dia 19.09.02

A praça do patriarca Chiquinho

Uma cena incomum em São Paulo. Uma mulher, na praça do Patriarca, reinaugurada na semana passada, joga uma lata de refrigerante no chão. Um homem se aproxima dela e, educadamente, mas com firmeza, pede: "Minha senhora, gastaram muito dinheiro para arrumar esta praça. Você vai apanhar a lata, ou eu chamo o policial".

O homem se chama Francisco Palacio, conhecido como Chiquinho, maître do Othon Palace Hotel, localizado em frente à praça do Patriarca, agora restrita aos pedestres e embelezada com um pórtico do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. "Sou um fiscal", diz Chiquinho, um exemplo da nostalgia paulistana.

Na década de 70, não havia nenhum hotel tão badalado como o Othon, ponto de reunião de artistas, intelectuais, políticos e empresários. Chiquinho começou como faxineiro e se transformou em maître, quando passou a ser conhecido pelas celebridades. "Era um pedaço do céu", define. Até a área ser invadida pelos ambulantes, mendigos, meninos de rua, drogados, o que levou os VIPs para muito além do Viaduto do Chá.

Vivia reclamando da degradação e apoiava os movimentos de restauração do centro. Via ali seu passado de glória perder-se, inapelavelmente, entre os camelôs. A lembrança dos "bons tempos" é tão forte que Chiquinho quer fazer sua biografia, entremeada das celebridades que conheceu. "Quero contar como a cidade era bonita no meu início de carreira, quando comecei como faxineiro."

Ele soube que iriam reformar a praça e não acreditou. Estava lá no primeiro dia da obra: "Chorei. O coração estava partido porque achava que tudo aqui já estava acabado". Chiquinho nunca esteve tão animado como agora.

Foi anunciado que, até o final do ano, quando ocupará o prédio conhecido como "Banespinha", a prefeita Marta Suplicy será sua vizinha. Está previsto para este ano o alargamento das calçadas da rua Xavier de Toledo, que saem da biblioteca Mário de Andrade -a idéia é delimitar o circuito cultural do centro, tornando mais agradável o acesso à praça do Patriarca. "Pode escrever aí que sou dono da praça."

 

 
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