MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington
O Congresso dos EUA aprovou por unanimidade um pacote de US$ 40 bilhões para ações de combate ao terrorismo e reparação das perdas causadas pelos atentados que destruíram o World Trade Center e parte do Pentágono.
O valor é duas vezes maior que o inicialmente pedido pelo presidente George W. Bush. No Senado passou, também sem nenhum voto contrário, resolução que amplia a autonomia do presidente para iniciar ações militares. O texto irá agora à Câmara.
Isso indica que, pelo menos agora, saíram de cena os conflitos sobre recursos que caracterizaram a relação entre o governo e o Congresso durante os oito meses do governo Bush.
Líderes democratas fizeram questão de demonstrar apoio incondicional ao presidente republicano e aceitaram o uso de fundos públicos que estavam reservados a garantir a aposentadoria dos norte-americanos.
Do orçamento de 2001, restam US$ 153 bilhões no caixa do governo. Como todo esse valor está reservado às aposentadorias, os democratas resistiam aos pedidos de Bush para empregá-los no fortalecimento dos orçamentos militares e com o objetivo de estimular a economia norte-americana.
Depois dos atentados, o discurso democrata mudou. "Aquele debate acabou", disse o senador Richard Durbin (democrata de Illinois), um dos maiores opositores dos pedidos orçamentários de Bush. "Não vou enfiar minha cabeça num buraco e manter minha posição. Não vou dizer que não ligo para a segurança dos EUA."