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Haverá o Terceiro Choque?
EDUARDO CUCOLO da Folha Online A atual crise do petróleo não é resultado das tensões geradas por algum país árabe em conflito com potências ocidentais, mas um problema de aumento da demanda e falta de estoques. O crescimento acelerado nos EUA, aliado ao reaquecimento da economia mundial e às baixas cotações que o produto vinha apresentando nos últimos dez anos, gerou um forte aumento do consumo de derivados de petróleo. "Essa crise no petróleo é diferente de todas as outras. O problema do petróleo hoje é muito mais uma questão de oferta e procura, do que de especulação de produtores e consumidores", diz Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana pela USP, e diretor editorial do boletim "Mundo Geografia e Política Internacional". O primeiro choque do petróleo ocorreu em 73, quando os países produtores diminuíram a produção elevando o preço do barril de US$ 2,90 para US$ 11,65 em apenas três meses. As vendas para os EUA e a Europa também foram embargadas nessa época devido ao apoio dado Israel na Guerra do Yom Kippur. Com isso, as cotações chegaram a um valor equivalente a US$ 40 nos dias de hoje. Em 79, a paralisação da produção iraniana, consequência da revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini, provocou o segundo grande choque do petróleo, elevando o preço médio do barril ao equivalente a US$ 80 atuais. Os preços permaneceram altos até 1986, quando voltaram a cair. Durante a invasão iraquiana no Kuwait, o barril chegou novamente ao patamar dos US$ 40, caindo após o fim do conflito.
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