Publicidade
Publicidade
08/09/2005
-
09h30
da Folha de S.Paulo
O corte de tarifas do Ministério da Fazenda atinge em cheio o setor automobilístico, hoje protegido por uma alíquota de importação de 35%, a máxima registrada pelo Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Se a proposta for encampada pelo governo, a tarifa máxima cairia de 35% para 10,50%. O setor automobilístico como um todo, incluindo fabricantes de autopeças, está sujeito a uma alíquota efetiva média de 24,44%. Esse percentual sofreria corte de 14,13 pontos percentuais, o maior entre os defendidos pela Fazenda.
Em seguida, na lista dos mais afetados pela proposta da pasta, aparecem armas e munições, couro e calçados, produtos têxteis, brinquedos, perfumaria, aparelhos de relojoaria, guarda-chuvas, chapéus e bengalas, com reduções que variam de oito a nove pontos percentuais na tarifa.
Aparelhos eletroeletrônicos, como televisões, teriam a alíquota máxima reduzida de 32,65% para 10,14%. Com isso, a tarifa efetivamente aplicada cairia seis pontos percentuais, de 16,18% a 10,14%.
O corte de tarifas é defendido pelo Ministério da Fazenda com o argumento de que elevará o potencial de crescimento da economia brasileira, ao forçar inovações tecnológicas das empresas e permitir a importação de insumos e matérias-primas de melhor qualidade a preços menores.
O setor privado diz que as empresas nacionais já são competitivas, mas precisam da proteção tarifária para compensar as desvantagens trazidas por juros altos, pesada carga tributária, precária infra-estrutura e real valorizado.
O corte radical de tarifas não é consensual entre outros setores do governo, que ainda discutirão a proposta. Caso ela seja adotada como posição oficial do Brasil, ainda será necessário convencer os outros três integrantes do Mercosul, Argentina, Paraguai e Uruguai, já que a TEC (Tarifa Externa Comum) do bloco seria reduzida de 10,77%, em média, para 7,39%.
A proposta final será levada à reunião ministerial da OMC marcada para dezembro, em Hong Kong. O encontro será decisivo para as negociações de abertura comercial da Rodada Doha, e o eventual fracasso na busca de um acordo colocará em xeque o sistema multilateral de comércio representado pela OMC.
O principal objetivo dos países em desenvolvimento, como o Brasil, é buscar concessões das nações ricas na área agrícola. As entidades da indústria dizem não aceitar serem usadas como moeda de troca na negociação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Ministério da Fazenda
Setor automobilístico é o mais prejudicado com abertura para importados
Publicidade
O corte de tarifas do Ministério da Fazenda atinge em cheio o setor automobilístico, hoje protegido por uma alíquota de importação de 35%, a máxima registrada pelo Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Se a proposta for encampada pelo governo, a tarifa máxima cairia de 35% para 10,50%. O setor automobilístico como um todo, incluindo fabricantes de autopeças, está sujeito a uma alíquota efetiva média de 24,44%. Esse percentual sofreria corte de 14,13 pontos percentuais, o maior entre os defendidos pela Fazenda.
Em seguida, na lista dos mais afetados pela proposta da pasta, aparecem armas e munições, couro e calçados, produtos têxteis, brinquedos, perfumaria, aparelhos de relojoaria, guarda-chuvas, chapéus e bengalas, com reduções que variam de oito a nove pontos percentuais na tarifa.
Aparelhos eletroeletrônicos, como televisões, teriam a alíquota máxima reduzida de 32,65% para 10,14%. Com isso, a tarifa efetivamente aplicada cairia seis pontos percentuais, de 16,18% a 10,14%.
O corte de tarifas é defendido pelo Ministério da Fazenda com o argumento de que elevará o potencial de crescimento da economia brasileira, ao forçar inovações tecnológicas das empresas e permitir a importação de insumos e matérias-primas de melhor qualidade a preços menores.
O setor privado diz que as empresas nacionais já são competitivas, mas precisam da proteção tarifária para compensar as desvantagens trazidas por juros altos, pesada carga tributária, precária infra-estrutura e real valorizado.
O corte radical de tarifas não é consensual entre outros setores do governo, que ainda discutirão a proposta. Caso ela seja adotada como posição oficial do Brasil, ainda será necessário convencer os outros três integrantes do Mercosul, Argentina, Paraguai e Uruguai, já que a TEC (Tarifa Externa Comum) do bloco seria reduzida de 10,77%, em média, para 7,39%.
A proposta final será levada à reunião ministerial da OMC marcada para dezembro, em Hong Kong. O encontro será decisivo para as negociações de abertura comercial da Rodada Doha, e o eventual fracasso na busca de um acordo colocará em xeque o sistema multilateral de comércio representado pela OMC.
O principal objetivo dos países em desenvolvimento, como o Brasil, é buscar concessões das nações ricas na área agrícola. As entidades da indústria dizem não aceitar serem usadas como moeda de troca na negociação.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice