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20/12/2005
-
10h17
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Após dois meses de estabilidade, o desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a cair em novembro, segundo pesquisa divulgada hoje pela Fundação Seade e Dieese. No mês passado, o desemprego atingiu 16,4% da PEA (População Economicamente Ativa), o menor patamar registrado para este mês desde 2001 (17,9%). Em setembro e outubro, a taxa havia ficado estável em 16,9%.
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, disse que a queda pode ser explicada pela elevação do nível de ocupação, que estava estagnada há seis meses. "Os principais setores da economia geraram emprego em novembro, o que derrubou a taxa de desemprego", disse Lúcio.
Até a indústria, que sazonalmente não abre vagas neste período do ano, gerou 25 mil postos de trabalho em novembro. "Esse comportamento é resultado do atraso das encomendas do comércio à indústria, o que manteve o ritmo de produção aquecido por mais tempo", afirmou Lúcio.
O comércio, embalado pelas contratações temporárias de fim de ano, foi o setor que mais abriu vagas em novembro: 31 mil. O setor de serviços criou outros 29 mil postos de trabalho. O chamado outros setores --que inclui construção civil e serviços domésticos-- criou 1.000 empregos no mês passado. Com esse movimento, a Fundação Seade-Dieese mediu a criação de 86 mil vagas em novembro, o que compensou a entrada de 43 mil pessoas em busca de trabalho na PEA.
Na comparação com novembro de 2004, quando a taxa estava em 17,4% da PEA, houve uma redução de 5,7% no desemprego da região metropolitana de São Paulo. Essa queda é reflexo da criação de 101 mil ocupações nos últimos 12 meses, já que a PEA não mudou de tamanho de lá para cá --estimada em 10,051 milhões de pessoas.
"Como 2004 foi muito favorável, muitas pessoas passaram a procurar emprego e pressionaram o mercado de trabalho. A pressão foi menor neste ano e todos os postos abertos foram absorvidos pelo contingente de desempregados", disse Lúcio.
Projeções
Pelas previsões dos técnicos do Seade-Dieese, a taxa de desemprego de novembro deve se repetir em dezembro. Com isso, a taxa média do ano de 2005 deve variar 17,3% a 17,4%. Se confirmada a previsão, será a segunda vez, desde 2001, que haverá queda no desemprego. A primeira vez ocorreu em 2004, quando a taxa média recuou para 18,7% após atingir 19,9% em 2003 e 19% em 2002.
Para 2006, os técnicos da Fundação Seade-Dieese foram cautelosos ao arriscar uma previsão sobre o comportamento do emprego. "Se o Banco Central intervir para melhorar o câmbio, se os juros continuarem em queda e o governo ampliar os investimentos, o crescimento econômico será maior em 2006 e deverá reduzir a taxa de desemprego", afirmou Alexandre Loloian, coordenador de pesquisas do Seade.
Lúcio, do Dieese, disse que as pré-condições para redução do desemprego em 2006 estão dadas. "Tudo indica que 2006 será melhor que 2005 para a economia. E o crescimento sustentado da economia é fundamental para reduzir o desemprego. Só não dá para saber quanto do crescimento econômico vai rebater no desemprego."
Renda
Apesar dos bons resultados do emprego, a renda média caiu 1,5% em outubro na comparação com setembro --os dados têm defasagem de um mês na comparação com os de emprego. O rendimento médio passou de R$ 1.077 para R$ 1.062. Trata-se do mesmo patamar de rendimento verificado em novembro de 2003 (R$ 1.061). "Naquele ano [2003] estávamos no fundo do poço. O desemprego e a renda iam muito mal", afirmou Alexandre Loloian, coordenador de pesquisas do Seade.
Os técnicos da Fundação Seade e do Dieese verificaram que a recuperação do emprego, iniciada em 2004, não reverteu a queda do rendimento médio. "O comércio, que tem a pior média salarial, puxou a geração de empregos em novembro. Além disso, tivemos a geração de empregos sem carteira assinada", afirmou Lúcio.
Para Loloian, a reestruturação do sistema de produção combinada ao desemprego e á globalização derrubaram a renda média do trabalhador brasileiro. "Precisaremos de muitos anos de crescimento econômico para conseguir recuperar a renda média, além de uma política de valorização do salário mínimo."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o índice de desemprego do Dieese
Desemprego cai em novembro e atinge menor patamar desde 2001 em SP
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da Folha Online
Após dois meses de estabilidade, o desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a cair em novembro, segundo pesquisa divulgada hoje pela Fundação Seade e Dieese. No mês passado, o desemprego atingiu 16,4% da PEA (População Economicamente Ativa), o menor patamar registrado para este mês desde 2001 (17,9%). Em setembro e outubro, a taxa havia ficado estável em 16,9%.
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, disse que a queda pode ser explicada pela elevação do nível de ocupação, que estava estagnada há seis meses. "Os principais setores da economia geraram emprego em novembro, o que derrubou a taxa de desemprego", disse Lúcio.
Até a indústria, que sazonalmente não abre vagas neste período do ano, gerou 25 mil postos de trabalho em novembro. "Esse comportamento é resultado do atraso das encomendas do comércio à indústria, o que manteve o ritmo de produção aquecido por mais tempo", afirmou Lúcio.
O comércio, embalado pelas contratações temporárias de fim de ano, foi o setor que mais abriu vagas em novembro: 31 mil. O setor de serviços criou outros 29 mil postos de trabalho. O chamado outros setores --que inclui construção civil e serviços domésticos-- criou 1.000 empregos no mês passado. Com esse movimento, a Fundação Seade-Dieese mediu a criação de 86 mil vagas em novembro, o que compensou a entrada de 43 mil pessoas em busca de trabalho na PEA.
Na comparação com novembro de 2004, quando a taxa estava em 17,4% da PEA, houve uma redução de 5,7% no desemprego da região metropolitana de São Paulo. Essa queda é reflexo da criação de 101 mil ocupações nos últimos 12 meses, já que a PEA não mudou de tamanho de lá para cá --estimada em 10,051 milhões de pessoas.
"Como 2004 foi muito favorável, muitas pessoas passaram a procurar emprego e pressionaram o mercado de trabalho. A pressão foi menor neste ano e todos os postos abertos foram absorvidos pelo contingente de desempregados", disse Lúcio.
Projeções
Pelas previsões dos técnicos do Seade-Dieese, a taxa de desemprego de novembro deve se repetir em dezembro. Com isso, a taxa média do ano de 2005 deve variar 17,3% a 17,4%. Se confirmada a previsão, será a segunda vez, desde 2001, que haverá queda no desemprego. A primeira vez ocorreu em 2004, quando a taxa média recuou para 18,7% após atingir 19,9% em 2003 e 19% em 2002.
Para 2006, os técnicos da Fundação Seade-Dieese foram cautelosos ao arriscar uma previsão sobre o comportamento do emprego. "Se o Banco Central intervir para melhorar o câmbio, se os juros continuarem em queda e o governo ampliar os investimentos, o crescimento econômico será maior em 2006 e deverá reduzir a taxa de desemprego", afirmou Alexandre Loloian, coordenador de pesquisas do Seade.
Lúcio, do Dieese, disse que as pré-condições para redução do desemprego em 2006 estão dadas. "Tudo indica que 2006 será melhor que 2005 para a economia. E o crescimento sustentado da economia é fundamental para reduzir o desemprego. Só não dá para saber quanto do crescimento econômico vai rebater no desemprego."
Renda
Apesar dos bons resultados do emprego, a renda média caiu 1,5% em outubro na comparação com setembro --os dados têm defasagem de um mês na comparação com os de emprego. O rendimento médio passou de R$ 1.077 para R$ 1.062. Trata-se do mesmo patamar de rendimento verificado em novembro de 2003 (R$ 1.061). "Naquele ano [2003] estávamos no fundo do poço. O desemprego e a renda iam muito mal", afirmou Alexandre Loloian, coordenador de pesquisas do Seade.
Os técnicos da Fundação Seade e do Dieese verificaram que a recuperação do emprego, iniciada em 2004, não reverteu a queda do rendimento médio. "O comércio, que tem a pior média salarial, puxou a geração de empregos em novembro. Além disso, tivemos a geração de empregos sem carteira assinada", afirmou Lúcio.
Para Loloian, a reestruturação do sistema de produção combinada ao desemprego e á globalização derrubaram a renda média do trabalhador brasileiro. "Precisaremos de muitos anos de crescimento econômico para conseguir recuperar a renda média, além de uma política de valorização do salário mínimo."
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