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20/12/2005
-
18h21
da Folha Online
O aumento do preço do álcool já faz os donos de carro flex fuel (bicombustível) terem vantagem financeira ao optar por abastecer com gasolina em alguns Estados. A conclusão faz parte de estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (campus Piracicaba), com base nos dados da última semana da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
De acordo com o Cepea, por ser um combustível que rende menos, o álcool deve custar no máximo 60% a 70% do valor da gasolina para ser vantajoso ao motorista --o percentual varia de acordo com o modelo do carro.
No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, entretanto, o preço médio do litro do álcool hidratado já alcança 70% do valor da gasolina e compensa a troca.
Em outros Estados como o Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas, Distrito Federal e Paraná, por exemplo, a relação de preços está muito próxima do limite e já pode ser considerada vantajosa para a gasolina.
Já para os consumidores paulistas, encher o tanque com álcool ainda continua mais rentável. Isto porque grande parte do álcool combustível comercializado é produzido no Estado, o que diminui custos com transporte.
De acordo com o Cepea, a relação com o valor da gasolina mantém-se praticamente estável desde dezembro de 2004 em 57,7%. Na última semana, segundo a ANP, a média do litro da gasolina era vendida por R$ 2,349 e o álcool hidratado, a R$ 1,357 no Estado.
Para os pesquisadores, a perda de competitividade do álcool em vários Estados pode ser um fator a inibir sua demanda. Por outro lado, a mudança das regras para o hidratado --adição de corante laranja a partir do próximo ano para que o álcool anidro não passe por hidratado-- e a entressafra --expectativa de estoques justos-- devem sustentar os preços.
Na média parcial da safra --entre maio e novembro--, pesquisadores de Cepea verificaram que o preço do álcool hidratado comercializado pelas usinas paulistas esteve 4,2% superior, em termos reais, frente ao mesmo período da safra passada. Já o aumento real no preço médio do álcool anidro, que é misturado em 25% à gasolina, foi de 2,09%, se comparado ao mesmo período da safra passada.
Adulteração
Além do preço, o consumidor que prefere o álcool também sofre com a adulteração do combustível. A ilegalidade representa mais de 20% do mercado de álcool no Brasil, segundo dados do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes).
De acordo com as estimativas do Sindicom, existem 2,4 bilhões de litros de álcool hidratado e anidro no mercado clandestino.
As estimativas do Sindicom apontam que a sonegação de combustíveis pode chegar a R$ 2,6 bilhões por ano. Deste total, a adulteração de álcool e a de gasolina representam R$ 1 bilhão cada.
Gasolina é mais vantajosa que álcool em ao menos 6 Estados e DF, diz pesquisa
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O aumento do preço do álcool já faz os donos de carro flex fuel (bicombustível) terem vantagem financeira ao optar por abastecer com gasolina em alguns Estados. A conclusão faz parte de estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (campus Piracicaba), com base nos dados da última semana da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
De acordo com o Cepea, por ser um combustível que rende menos, o álcool deve custar no máximo 60% a 70% do valor da gasolina para ser vantajoso ao motorista --o percentual varia de acordo com o modelo do carro.
No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, entretanto, o preço médio do litro do álcool hidratado já alcança 70% do valor da gasolina e compensa a troca.
Em outros Estados como o Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas, Distrito Federal e Paraná, por exemplo, a relação de preços está muito próxima do limite e já pode ser considerada vantajosa para a gasolina.
Já para os consumidores paulistas, encher o tanque com álcool ainda continua mais rentável. Isto porque grande parte do álcool combustível comercializado é produzido no Estado, o que diminui custos com transporte.
De acordo com o Cepea, a relação com o valor da gasolina mantém-se praticamente estável desde dezembro de 2004 em 57,7%. Na última semana, segundo a ANP, a média do litro da gasolina era vendida por R$ 2,349 e o álcool hidratado, a R$ 1,357 no Estado.
Para os pesquisadores, a perda de competitividade do álcool em vários Estados pode ser um fator a inibir sua demanda. Por outro lado, a mudança das regras para o hidratado --adição de corante laranja a partir do próximo ano para que o álcool anidro não passe por hidratado-- e a entressafra --expectativa de estoques justos-- devem sustentar os preços.
Na média parcial da safra --entre maio e novembro--, pesquisadores de Cepea verificaram que o preço do álcool hidratado comercializado pelas usinas paulistas esteve 4,2% superior, em termos reais, frente ao mesmo período da safra passada. Já o aumento real no preço médio do álcool anidro, que é misturado em 25% à gasolina, foi de 2,09%, se comparado ao mesmo período da safra passada.
Adulteração
Além do preço, o consumidor que prefere o álcool também sofre com a adulteração do combustível. A ilegalidade representa mais de 20% do mercado de álcool no Brasil, segundo dados do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes).
De acordo com as estimativas do Sindicom, existem 2,4 bilhões de litros de álcool hidratado e anidro no mercado clandestino.
As estimativas do Sindicom apontam que a sonegação de combustíveis pode chegar a R$ 2,6 bilhões por ano. Deste total, a adulteração de álcool e a de gasolina representam R$ 1 bilhão cada.
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