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10/03/2006 - 09h53

Teles acham que podem reverter perdas com uso de padrão japonês

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HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo

As empresas de telecomunicações acreditam poder reverter perdas com a escolha do padrão japonês (ISDB) na regulamentação dos serviços que serão oferecidos pela TV digital e nas regras que forem estabelecidas para uso do espectro (faixa de freqüência usada para as transmissões).

O modelo europeu (DVB) era o preferido das empresas de telefonia, que já haviam enviado um documento ao governo propondo a adoção de um padrão "global" para a TV digital. O padrão "global" é o europeu, usado em 57 países. O padrão japonês é usado apenas no Japão. O governo pode anunciar oficialmente hoje a escolha do padrão japonês --decisão já tomada e que a Folha adiantou na edição de anteontem.

Em tese, as características técnicas do padrão europeu exigem uma torre de transmissão à parte para que as imagens transmitidas pela TV digital cheguem a receptores móveis, como os celulares.

Nesse contexto, poderia surgir um novo agente no mercado de radiodifusão, o operador de rede. Esse nicho poderia ser ocupado pelas operadoras de telecomunicação, que atuariam como distribuidoras dos sinais. No modelo japonês, as redes de TV podem fazer a transmissão direta.

Com a escolha do padrão japonês, as empresas de telefonia vão lutar principalmente para que, na regulamentação, fique garantido que elas poderão explorar o "canal de retorno": o canal usado pelos telespectadores para que haja interatividade.

Ou seja, compras dos telespectadores e participação em pesquisas e votações seriam feitas usando a rede das operadoras de telecomunicações, que seriam remuneradas por isso.

"Nós entendemos que interatividade não é serviço de radiodifusão", disse César Rômulo, superintendente da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações). Além das concessionárias de telefonia fixa (Telefônica, Telemar, Brasil Telecom e Embratel), fazem parte da Telebrasil celulares como TIM, Vivo e Claro e outras empresas do setor.

"Não nos posicionamos em relação a um padrão, mas pela discussão de um determinado modelo de serviços, pela discussão do uso do espectro e o modelo de negócios."

No documento entregue ao governo, no fim de janeiro, as operadoras de telecomunicações centraram sua argumentação no custo da implantação da TV digital.

"A implantação de um sistema de TV digital, que inclui a substituição ou a adaptação dos atuais aparelhos de televisão, além da modernização de equipamentos de geração e transmissão de radiodifusão, tem um enorme custo associado", diz o texto do documento das empresas.

"Para um país com sérias limitações de capacidade de investimento e de distribuição de renda, é fundamental que o modelo a ser adotado minimize o impacto econômico", conclui.

"Hoje, o DVB [padrão europeu] dá mais vantagens de escala, o que torna o custo menor para o consumidor, mas pode ter havido alguma negociação do governo com representantes do padrão japonês que minimize esse problema", afirmou o superintendente da Telebrasil. Ele disse, no entanto, não ter conhecimento de que o governo já tenha tomado qualquer decisão.

Manifestação

Cerca de 40 estudantes do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), de Santa Rita do Sapucaí (MG), fizeram manifestação em frente ao Ministério das Comunicações. Eles pediam o adiamento da tomada de decisão do governo e defendiam a escolha de uma opção nacional.

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