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29/06/2006
-
17h26
DENYSE GODOY
da Folha Online
A decisão do comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) de elevar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, que saiu hoje, já era esperada, e o comunicado divulgado logo após a reunião da instituição animou bastante os investidores no mercado financeiro por, adotando um tom mais otimista, não pintar um cenário catastrófico das pressões inflacionárias. Porém ainda é muito cedo para falar na retomada da euforia verificada no início de maio, quando o dólar comercial recuou para R$ 2,056 e a Bovespa chegou a quebrar quatro recordes históricos.
"As incertezas diminuíram mas não acabaram", ressalta Mauro Giorgi, economista da corretora Geração Futuro.
Na reunião anterior do Fed, em 10 de maio, foi feito o 16º aumento consecutivo dos juros, e a ela se seguiu um forte nervosismo nas Bolsas de Valores de todo o mundo pela possibilidade de que a série de altas continuasse por mais tempo. Agora, a aposta dos especialistas é de que, após uma nova elevação em agosto, viria uma parada técnica --pausa para avaliação dos efeitos da política adotada sobre a atividade econômica.
"O comunicado desta quinta-feira deixou em aberto a necessidade de maiores ajustes para deixar o Fed confortável em relação ao trinômio inflação, consumo e crescimento sustentado da economia norte-americana", afirma Marco Melo, diretor do departamento de análises da corretora Ágora Sênior. "Entretanto, a hipótese de que o próximo aumento seja o derradeiro ficou mais factível."
Quando os juros nos EUA sobem, grandes investidores internacionais abandonam suas aplicações nesses mercados buscando menores riscos.
Esse movimento atingiu o mercado com força: no pior momento, o dólar comercial teve valorização de 16,73% ante o real e a Bovespa perdeu 21,75%. Mas os ativos brasileiros --moeda e ações de empresas do país-- não sofreram como os de outros países ditos emergentes, porque os fundamentos da sua economia continuam positivos, como a elevação da classificação de risco feita ontem pela agência Fitch demonstra. Inflação sob controle, redução dos débitos públicos e melhora do perfil do endividamento, crescimento do superávit comercial são exemplos dos avanços conseguidos.
Isso não significa que os recursos que saíram do Brasil recentemente, em meio à turbulência, vão regressar imediatamente. É preciso que as dúvidas sobre os rumos dos juros norte-americanos sejam eliminadas e, para isso, a ata da reunião do Fed que terminou hoje, prevista para sair na segunda quinzena de julho, e os próximos indicadores econômicos devem ser acompanhados com atenção.
Até lá, a recomendação dos analistas é de que os investidores mantenham a cautela adotada nas últimas semanas. Espera-se que a volatilidade continue, mas com menor intensidade.
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da Folha Online
A decisão do comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) de elevar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, que saiu hoje, já era esperada, e o comunicado divulgado logo após a reunião da instituição animou bastante os investidores no mercado financeiro por, adotando um tom mais otimista, não pintar um cenário catastrófico das pressões inflacionárias. Porém ainda é muito cedo para falar na retomada da euforia verificada no início de maio, quando o dólar comercial recuou para R$ 2,056 e a Bovespa chegou a quebrar quatro recordes históricos.
"As incertezas diminuíram mas não acabaram", ressalta Mauro Giorgi, economista da corretora Geração Futuro.
Na reunião anterior do Fed, em 10 de maio, foi feito o 16º aumento consecutivo dos juros, e a ela se seguiu um forte nervosismo nas Bolsas de Valores de todo o mundo pela possibilidade de que a série de altas continuasse por mais tempo. Agora, a aposta dos especialistas é de que, após uma nova elevação em agosto, viria uma parada técnica --pausa para avaliação dos efeitos da política adotada sobre a atividade econômica.
"O comunicado desta quinta-feira deixou em aberto a necessidade de maiores ajustes para deixar o Fed confortável em relação ao trinômio inflação, consumo e crescimento sustentado da economia norte-americana", afirma Marco Melo, diretor do departamento de análises da corretora Ágora Sênior. "Entretanto, a hipótese de que o próximo aumento seja o derradeiro ficou mais factível."
Quando os juros nos EUA sobem, grandes investidores internacionais abandonam suas aplicações nesses mercados buscando menores riscos.
Esse movimento atingiu o mercado com força: no pior momento, o dólar comercial teve valorização de 16,73% ante o real e a Bovespa perdeu 21,75%. Mas os ativos brasileiros --moeda e ações de empresas do país-- não sofreram como os de outros países ditos emergentes, porque os fundamentos da sua economia continuam positivos, como a elevação da classificação de risco feita ontem pela agência Fitch demonstra. Inflação sob controle, redução dos débitos públicos e melhora do perfil do endividamento, crescimento do superávit comercial são exemplos dos avanços conseguidos.
Isso não significa que os recursos que saíram do Brasil recentemente, em meio à turbulência, vão regressar imediatamente. É preciso que as dúvidas sobre os rumos dos juros norte-americanos sejam eliminadas e, para isso, a ata da reunião do Fed que terminou hoje, prevista para sair na segunda quinzena de julho, e os próximos indicadores econômicos devem ser acompanhados com atenção.
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