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30/06/2006
-
09h18
ROBINSON N. DOS SANTOS
da Folha de S.Paulo
Dez anos depois de estrear nos EUA e oito anos após o início dos testes pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo , a TV digital chega ao Brasil. Pelo menos no papel, já que será preciso um período de adaptação.
Desde o lançamento do primeiro aparelho doméstico, em 1939, a TV sempre foi uma via de mão única. Com a TV digital, a história será outra e bem mais interessante. Um dos recursos mais alardeados, a interatividade, permitirá que os espectadores possam responder aos programas e aos anúncios, enviando votos e fazendo compras que serão computadas e registradas on-line, como na internet.
Antes que isso aconteça, será preciso que as emissoras transmitam sinal digital e que as casas tenham sintonizadores digitais. São estimados dez anos até que os 46,7 milhões de domicílios que têm televisor no país (90% do total, segundo o IBGE) estejam prontos. Enquanto isso, a TV analógica continuará funcionando.
A interatividade vai exigir também que haja uma via de retorno de sinal que pode ser qualquer canal de conexão com a internet, como o telefone, o celular ou qualquer serviço de banda larga existente. Em tese, seria possível até que os aparelhos de TV viessem equipados com celulares internos para transmissão de dados.
É preciso lembrar que hoje nenhum aparelho, mesmo os mais modernos, está pronto para receber canais digitais. Só agora, com a decisão do governo, a indústria poderá vender sintonizadores digitais. Eles serão necessários enquanto a indústria não embutir os sintonizadores nas TVs novas.
A transmissão da TV aberta é feita por ondas eletromagnéticas, que carregam os sinais captados no estúdio. Essas ondas são emitidas por antenas potentes, situadas em locais estratégicos. Cada canal usa uma faixa de freqüência, também chamada de largura de banda, concedida pelo governo. No Brasil, ela tem 6 MHz.
O sistema analógico usa toda a capacidade da banda para a transmissão de sinais que, graças aos avanços tecnológicos, inclui cor, som estéreo (com recurso de segundo programa de áudio, ou SAP) e legenda.
O sinal digital, por sua vez, é codificado e compactado. Para as emissoras, isso ampliou as possibilidades de transmissão, já que, com os mesmos 6 MHz, é possível transmitir por mais canais (com qualidade variável, mas sempre melhor que o da TV analógica) ou por um único canal, em alta definição.
Uma grande diferença do sinal digital em relação ao analógico está nas condições de transmissão. Enquanto no analógico uma TV pode "pegar mal", com chiados e fantasmas, no sistema digital a TV "ou pega ou não pega". Se a recepção é ruim, a imagem desaparece.
A vantagem é que, ao receber o sinal digital, os decodificadores domésticos (ainda sem preço definido) compensam eventuais falhas, consertando a imagem antes que ela chegue ao vídeo. O resultado será uma recepção estável, com som e imagem no mínimo com qualidade comparável à de um DVD.
Outra promessa da TV digital, a alta resolução anima muita gente, mas será acessível para poucos. Isso porque os aparelhos compatíveis com resoluções HDTV (até 1.080 linhas) ainda são caros. Além disso, o recurso existe apenas nas TVs com 40 polegadas ou mais, que custam a partir de R$ 7.000.
TV digital trará interatividade e maior resolução
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da Folha de S.Paulo
Dez anos depois de estrear nos EUA e oito anos após o início dos testes pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo , a TV digital chega ao Brasil. Pelo menos no papel, já que será preciso um período de adaptação.
Desde o lançamento do primeiro aparelho doméstico, em 1939, a TV sempre foi uma via de mão única. Com a TV digital, a história será outra e bem mais interessante. Um dos recursos mais alardeados, a interatividade, permitirá que os espectadores possam responder aos programas e aos anúncios, enviando votos e fazendo compras que serão computadas e registradas on-line, como na internet.
Antes que isso aconteça, será preciso que as emissoras transmitam sinal digital e que as casas tenham sintonizadores digitais. São estimados dez anos até que os 46,7 milhões de domicílios que têm televisor no país (90% do total, segundo o IBGE) estejam prontos. Enquanto isso, a TV analógica continuará funcionando.
A interatividade vai exigir também que haja uma via de retorno de sinal que pode ser qualquer canal de conexão com a internet, como o telefone, o celular ou qualquer serviço de banda larga existente. Em tese, seria possível até que os aparelhos de TV viessem equipados com celulares internos para transmissão de dados.
É preciso lembrar que hoje nenhum aparelho, mesmo os mais modernos, está pronto para receber canais digitais. Só agora, com a decisão do governo, a indústria poderá vender sintonizadores digitais. Eles serão necessários enquanto a indústria não embutir os sintonizadores nas TVs novas.
A transmissão da TV aberta é feita por ondas eletromagnéticas, que carregam os sinais captados no estúdio. Essas ondas são emitidas por antenas potentes, situadas em locais estratégicos. Cada canal usa uma faixa de freqüência, também chamada de largura de banda, concedida pelo governo. No Brasil, ela tem 6 MHz.
O sistema analógico usa toda a capacidade da banda para a transmissão de sinais que, graças aos avanços tecnológicos, inclui cor, som estéreo (com recurso de segundo programa de áudio, ou SAP) e legenda.
O sinal digital, por sua vez, é codificado e compactado. Para as emissoras, isso ampliou as possibilidades de transmissão, já que, com os mesmos 6 MHz, é possível transmitir por mais canais (com qualidade variável, mas sempre melhor que o da TV analógica) ou por um único canal, em alta definição.
Uma grande diferença do sinal digital em relação ao analógico está nas condições de transmissão. Enquanto no analógico uma TV pode "pegar mal", com chiados e fantasmas, no sistema digital a TV "ou pega ou não pega". Se a recepção é ruim, a imagem desaparece.
A vantagem é que, ao receber o sinal digital, os decodificadores domésticos (ainda sem preço definido) compensam eventuais falhas, consertando a imagem antes que ela chegue ao vídeo. O resultado será uma recepção estável, com som e imagem no mínimo com qualidade comparável à de um DVD.
Outra promessa da TV digital, a alta resolução anima muita gente, mas será acessível para poucos. Isso porque os aparelhos compatíveis com resoluções HDTV (até 1.080 linhas) ainda são caros. Além disso, o recurso existe apenas nas TVs com 40 polegadas ou mais, que custam a partir de R$ 7.000.
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