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14/07/2006
-
19h50
KAREN CAMACHO
da Folha Online
A Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté fecharam um acordo diante da necessidade da montadora de redução de funcionários e de produção. O acordo prevê o corte de até 700 metalúrgicos na unidade em dois anos. Os primeiros 160 devem ser desligados ainda neste mês, com pagamento de 60% de um salário para cada ano trabalhado.
Segundo o sindicato e a empresa, não haverá PDV (plano de demissão voluntária), mas os funcionários que quiserem se desligar podem aceitar o pacote. Os sindicalistas acreditam que, entre aposentados e metalúrgicos que querem deixar a empresa, o corte é administrável.
Na próxima terça-feira, a proposta será levada aos funcionários da unidade, que vão decidir se aceitam o acordo com a montadora. Na proposta inicial, a empresa previa corte de 681 metalúrgicos até 2008, além de terceirização e implementação do consórcio modulado que, segundo o sindicato, poderiam provocar o corte de mais 2,5 mil trabalhadores.
Atualmente, a unidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, tem 4.500 funcionários. Lá são produzidos os modelos Gol, que perdeu exportação nos últimos anos, e Parati. A perda nas exportações é um dos motivos apontados pela empresa para a crise financeira.
O vice-presidente do sindicato, Isaac do Carmo, disse que, diante do risco de corte, que a Volks anunciou que poderia começar nesta semana, o acordo minimiza os impactos ao trabalhador e garante direitos.
Dos 700 funcionários que podem ser cortados, 160 devem ser desligados ainda neste mês. Outros 140 até o final do ano e os demais em 2007 e 2008. Pelo acordo, a empresa não fará outros cortes e garante investimento na unidade e a produção do novo veículo, que deve substituir o Gol.
O sindicato negociou, ainda, que a empresa não vai reduzir os salários dos novos funcionários em 35%, como havia proposto, e não vai implementar o programa de retrabalho, que faria os funcionários responsáveis por erros trabalharem até duas horas diárias sem remuneração.
Outro ponto do acordo trata da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Pela proposta da Volks, o valor anual seria reduzido para metade do atual, de quase R$ 5.000. O acordo prevê que, neste ano, a participação será de R$ 4.900 e, em 2007 e 2008, os valores ficam entre R$ 5.300 e R$ 6.000
O acordo também prevê que os salários dos metalúrgicos, que atualmente chegam ao teto em 48 meses, passarão pelo mesmo processo em 108 meses. O plano médico, que hoje desconta 1% do salário, passará a descontar 2% e não 3%, como a empresa queria.
"Se a empresa decidir fechar uma unidade no país, como ameaçou, Taubaté é a que corre mais risco, como foi em 2003. A unidade não recebe investimentos há 30 anos e produz o Gol, que está caindo em exportações", disse Isaac do Carmo.
A empresa não se manifestou sobre os pontos apresentados pelo sindicato. Na última quarta-feira, em Brasília, o gerente de relações trabalhistas, Nilton Junior, disse que o acordo com Taubaté estava quase fechado e que a unidade precisava se adequar para receber novos investimentos.
A montadora também insistiu que, se não tiver acordo, vai iniciar os cortes sem pagamento de benefícios. No total, a empresa quer cortar entre 4.000 e 6.000 funcionários até 2008 principalmente em três das fábricas de veículos leves: Taubaté, Anchieta (ABC) e São José dos Pinhais (PR). A montadora prevê queda de 40% nas exportações em dois anos, o que representa 100 mil unidades.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Volkswagen
Volks e sindicato fecham acordo para corte de 700 funcionários em Taubaté
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da Folha Online
A Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté fecharam um acordo diante da necessidade da montadora de redução de funcionários e de produção. O acordo prevê o corte de até 700 metalúrgicos na unidade em dois anos. Os primeiros 160 devem ser desligados ainda neste mês, com pagamento de 60% de um salário para cada ano trabalhado.
Segundo o sindicato e a empresa, não haverá PDV (plano de demissão voluntária), mas os funcionários que quiserem se desligar podem aceitar o pacote. Os sindicalistas acreditam que, entre aposentados e metalúrgicos que querem deixar a empresa, o corte é administrável.
Na próxima terça-feira, a proposta será levada aos funcionários da unidade, que vão decidir se aceitam o acordo com a montadora. Na proposta inicial, a empresa previa corte de 681 metalúrgicos até 2008, além de terceirização e implementação do consórcio modulado que, segundo o sindicato, poderiam provocar o corte de mais 2,5 mil trabalhadores.
Atualmente, a unidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, tem 4.500 funcionários. Lá são produzidos os modelos Gol, que perdeu exportação nos últimos anos, e Parati. A perda nas exportações é um dos motivos apontados pela empresa para a crise financeira.
O vice-presidente do sindicato, Isaac do Carmo, disse que, diante do risco de corte, que a Volks anunciou que poderia começar nesta semana, o acordo minimiza os impactos ao trabalhador e garante direitos.
Dos 700 funcionários que podem ser cortados, 160 devem ser desligados ainda neste mês. Outros 140 até o final do ano e os demais em 2007 e 2008. Pelo acordo, a empresa não fará outros cortes e garante investimento na unidade e a produção do novo veículo, que deve substituir o Gol.
O sindicato negociou, ainda, que a empresa não vai reduzir os salários dos novos funcionários em 35%, como havia proposto, e não vai implementar o programa de retrabalho, que faria os funcionários responsáveis por erros trabalharem até duas horas diárias sem remuneração.
Outro ponto do acordo trata da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Pela proposta da Volks, o valor anual seria reduzido para metade do atual, de quase R$ 5.000. O acordo prevê que, neste ano, a participação será de R$ 4.900 e, em 2007 e 2008, os valores ficam entre R$ 5.300 e R$ 6.000
O acordo também prevê que os salários dos metalúrgicos, que atualmente chegam ao teto em 48 meses, passarão pelo mesmo processo em 108 meses. O plano médico, que hoje desconta 1% do salário, passará a descontar 2% e não 3%, como a empresa queria.
"Se a empresa decidir fechar uma unidade no país, como ameaçou, Taubaté é a que corre mais risco, como foi em 2003. A unidade não recebe investimentos há 30 anos e produz o Gol, que está caindo em exportações", disse Isaac do Carmo.
A empresa não se manifestou sobre os pontos apresentados pelo sindicato. Na última quarta-feira, em Brasília, o gerente de relações trabalhistas, Nilton Junior, disse que o acordo com Taubaté estava quase fechado e que a unidade precisava se adequar para receber novos investimentos.
A montadora também insistiu que, se não tiver acordo, vai iniciar os cortes sem pagamento de benefícios. No total, a empresa quer cortar entre 4.000 e 6.000 funcionários até 2008 principalmente em três das fábricas de veículos leves: Taubaté, Anchieta (ABC) e São José dos Pinhais (PR). A montadora prevê queda de 40% nas exportações em dois anos, o que representa 100 mil unidades.
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