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21/09/2006
-
09h07
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
Em meio a um polêmico processo de reestruturação e a embates com o governo italiano, a Telecom Italia teve de enfrentar ontem mais um desgaste: a prisão de 20 pessoas --entre empregados da operadora, funcionários públicos e policiais--, supostos participantes de uma rede de espionagem ilegal com uso de escutas ilegais. A telefônica nega participação em qualquer irregularidade.
Entre os presos estão o chefe de segurança da Pirelli, uma das controladoras da tele, e o ex-chefe de segurança da operadora.
Segundo a Folha apurou junto a pessoas que colaboram nas investigações italianas, não está descartada a possibilidade de ramificações do caso acabarem no Brasil, onde a Telecom Italia participa de duas operadoras: a fixa Brasil Telecom e a móvel TIM Brasil.
No ano de 2004, a Telecom Italia e integrantes do governo foram alvo de investigações (com escutas ilegais) da empresa Kroll, contratada pela Brasil Telecom -então administrada pelo grupo Opportunity, de Daniel Dantas.
As prisões ocorridas ontem na Itália, segundo a Folha apurou, podem mostrar que houve contra-espionagem.
Três grandes dúvidas ficam em aberto sobre as implicações da ação do Ministério Público italiano, que teria encontrado ligações de organizações que serviram a pagamentos de propinas no "Laziogate" --escândalo de compra de políticos envolvendo empresas privadas-- com os implicados na suposta rede de espionagem italiana.
A primeira é se ela vai apressar a venda de ativos da Telecom Italia, hipótese aventada desde que a companhia anunciou sua reestruturação, no início da semana passada.
A segunda é quem deu ordem para as escutas ilegais e para detetives particulares seguirem adversários empresariais da telecom. Se o nome apontado for o de Marco Tronchetti Provera, que deixou a presidência do grupo na semana passada, o escândalo pode atingir grandes proporções na Europa.
Provera é desafeto do primeiro-ministro italiano, Romano Prodi. Na semana passada, o anúncio feito por Provera da reestruturação da Telecom Italia desagradou Prodi e acabou levando o executivo a se afastar da presidência do Conselho da operadora.
Provera, até 2005, era alinhado no Brasil com os fundos de pensão de estatais, seus sócios na Brasil Telecom. A operadora vive um intenso conflito entre seus acionistas controladores: Telecom Italia, fundos de pensão, o americano Citigroup e o grupo Opportunity.
Pelas mãos do megaespeculador Naji Nahas, Provera tornou-se parceiro do Opportunity. O caso Kroll já tinha estourado na imprensa e Dantas, assim como seus colaboradores, haviam sido indiciados pela Polícia Federal por causa das escutas ilegais.
A terceira e última questão é se algo muda na venda dos braços nacionais da Telecom Italia. O anúncio da mudança de controle da TIM Brasil deve acontecer até meados de outubro. a disputa estão Brasil Telecom, Telemar, Claro, China Telecom e a britânica Vodafone. Já a venda da fatia italiana na BrT é mais enrolada -embora mais urgente.
Reestruturação
As prisões ocorrem em meio a negociações entre o sucessor de Provera, Guido Rossi, com as autoridades italianas sobre o modelo de reestruturação da tele. O plano de Provera desagradou ao governo Prodi, de centro-esquerda. O premiê teme que estrangeiros comprem a empresa.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Telecom Italia
Polícia italiana prende 20 ligados à Telecom Italia
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da Folha de S.Paulo
Em meio a um polêmico processo de reestruturação e a embates com o governo italiano, a Telecom Italia teve de enfrentar ontem mais um desgaste: a prisão de 20 pessoas --entre empregados da operadora, funcionários públicos e policiais--, supostos participantes de uma rede de espionagem ilegal com uso de escutas ilegais. A telefônica nega participação em qualquer irregularidade.
Entre os presos estão o chefe de segurança da Pirelli, uma das controladoras da tele, e o ex-chefe de segurança da operadora.
Segundo a Folha apurou junto a pessoas que colaboram nas investigações italianas, não está descartada a possibilidade de ramificações do caso acabarem no Brasil, onde a Telecom Italia participa de duas operadoras: a fixa Brasil Telecom e a móvel TIM Brasil.
No ano de 2004, a Telecom Italia e integrantes do governo foram alvo de investigações (com escutas ilegais) da empresa Kroll, contratada pela Brasil Telecom -então administrada pelo grupo Opportunity, de Daniel Dantas.
As prisões ocorridas ontem na Itália, segundo a Folha apurou, podem mostrar que houve contra-espionagem.
Três grandes dúvidas ficam em aberto sobre as implicações da ação do Ministério Público italiano, que teria encontrado ligações de organizações que serviram a pagamentos de propinas no "Laziogate" --escândalo de compra de políticos envolvendo empresas privadas-- com os implicados na suposta rede de espionagem italiana.
A primeira é se ela vai apressar a venda de ativos da Telecom Italia, hipótese aventada desde que a companhia anunciou sua reestruturação, no início da semana passada.
A segunda é quem deu ordem para as escutas ilegais e para detetives particulares seguirem adversários empresariais da telecom. Se o nome apontado for o de Marco Tronchetti Provera, que deixou a presidência do grupo na semana passada, o escândalo pode atingir grandes proporções na Europa.
Provera é desafeto do primeiro-ministro italiano, Romano Prodi. Na semana passada, o anúncio feito por Provera da reestruturação da Telecom Italia desagradou Prodi e acabou levando o executivo a se afastar da presidência do Conselho da operadora.
Provera, até 2005, era alinhado no Brasil com os fundos de pensão de estatais, seus sócios na Brasil Telecom. A operadora vive um intenso conflito entre seus acionistas controladores: Telecom Italia, fundos de pensão, o americano Citigroup e o grupo Opportunity.
Pelas mãos do megaespeculador Naji Nahas, Provera tornou-se parceiro do Opportunity. O caso Kroll já tinha estourado na imprensa e Dantas, assim como seus colaboradores, haviam sido indiciados pela Polícia Federal por causa das escutas ilegais.
A terceira e última questão é se algo muda na venda dos braços nacionais da Telecom Italia. O anúncio da mudança de controle da TIM Brasil deve acontecer até meados de outubro. a disputa estão Brasil Telecom, Telemar, Claro, China Telecom e a britânica Vodafone. Já a venda da fatia italiana na BrT é mais enrolada -embora mais urgente.
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