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16/11/2006 - 16h22

Milton Friedman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, morre aos 94

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da Folha Online

O economista americano Milton Friedman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1976, morreu nesta quinta-feira aos 94 anos, em San Francisco, no Estado da Califórnia (costa oeste dos EUA).

Ele sofreu um ataque cardíaco. Foi levado para um hospital próximo a sua casa, em San Francisco, mas não resistiu, contou sua filha Janet Martell, segundo o "The Wall Street Journal".

Reuters
Milton Friedman, 94, morto nesta quinta-feira
Milton Friedman, 94, morto nesta quinta-feira


Líder da conservadora Escola de Chicago de Economia, o nome de Milton Friedman é associado às teorias "monetaristas", que consideram que a inflação pode ser controlada quase que exclusivamente pela oferta de moeda.

O economista ganhou o Nobel com seus trabalhos sobre o papel do dinheiro na inflação e o uso da política monetária, além das pesquisas a respeito de políticas de estabilização econômica.

"Os economistas (...) têm, já por um longo tempo, ignorado quase totalmente o significado do dinheiro e da política monetária na análise dos ciclos de negócios e inflação", dizia o comunicado da Academia Real de Ciências da Suécia da época em que Friedman ganhou o prêmio.

"O debate sobre as teorias de Friedman levaram a uma revisão das políticas monetárias perseguidas pelos bancos centrais --em primeiro lugar, nos EUA. É muito raro para um economista obter tamanha influência, direta e indiretamente, não só na pesquisa como na política", afirmava o comunicado.

Associado à polêmica frase "Não há almoço grátis", o economista mais tarde afirmou que não a inventou, apesar de tê-la escrito em coletânea de artigos na revista "Newsweek". "Prefiro [ficar conhecido por] uma [frase] que eu realmente inventei e que acho que é particularmente apropriada a esta cidade [Washington]: 'Ninguém gasta melhor o dinheiro de outra pessoa como gasta o seu próprio'", disse. "O oposto [de "Não há almoço grátis"] é "As melhores coisas da vida são grátis", comentou Friedman.

As idéias de Friedman influenciaram diversos políticos. Nas décadas de 70 e 80, um grupo de economistas que estudaram na Universidade de Chicago --apelidados de "Chicago Boys"-- ocuparam importantes cargos no governo do ditador Augusto Pinochet no Chile e ajudaram-no em um programa de privatizações e a diminuir a inflação galopante do país.

Friedman fez parte do Comitê de Política Econômica de Ronald Reagan no início dos anos 80, foi consultor da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e apoiou a malsucedida tentativa de reforma da Previdência de George W. Bush.

Vida e obra

O economista nasceu no dia 31 de julho de 1912, em uma família judia no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York. Seus pais vieram da cidade de Beregovo, na região da Transcarpácia, na Ucrânia. Obteve seu PhD na Universidade Columbia em 1946 e foi professor de economia na Universidade de Chicago entre 1946 e 1976.

Desde 1977 era afiliado à Hoover Institution, na Universidade Stanford.

Em 1988, recebeu a Medalha da Liberdade --maior honraria concedida a um civil dos EUA em reconhecimento a excepcionais serviços prestados à nação. Também foi agraciado, no mesmo ano, com a Medalha Nacional da Ciência. Recebeu distinções de universidades nos Estados Unidos, Japão, Israel e na Guatemala.

Foi presidente da Associação Econômica Americana e da Associação Econômica Ocidental e membro da Sociedade Filosófica Americana e da Academia Nacional de Ciências.

Ele publicou dezenas de livros e artigos. Os mais famosos são: "A Theory of the Consumption Function [Uma Teoria da Função do Consumo]"; "The Optimum Quantity of Money and Other Essays [A Melhor Quantidade de Dinheiro e Outros Ensaios]"; "A Monetary History of the United States [Uma História Monetária dos Estados Unidos]"; "Monetary Statistics of the United States [Estatísticas Monetárias dos Estados Unidos]" e "Monetary Trends in the United States and the United Kingdom [Tendências Monetárias nos Estados Unidos e no Reino Unido]". Os três útlimos foram escritos junto com A. J. Schwartz.

Tinha, ainda, uma extensa produção em políticas públicas, sempre com ênfase nas liberdades individuais. Sobre esse assunto, escreveu, entre outros, "Capitalism and Freedom [Capitalismo e Liberdade]", com Rose D. Friedman; "Bright Promises, Dismal Performance [Promessas Brilhantes, Desempenhos Tristes]" com Rose D. Friedman; "Free to Choose [Livre para Escolher]"; e "Tyranny of the Status Quo [Tirania do Status Quo]".

Friedman e sua mulher, Rose, tiveram dois filhos, Janet and David, quatro netos e três bisnetos.

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