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07/02/2007 - 09h22

País precisa de cem novas usinas de etanol até 2010

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JANAINA LAGE
MAURO ZAFALON
da Folha de S.Paulo

O país precisa construir cem novas usinas até 2010 para a produção de mais 8 bilhões de litros de álcool, diz estudo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A capacidade atual já é de 17 bilhões de litros.

Segundo a estimativa do banco, esse seria o patamar necessário para atender a evolução da demanda interna, principalmente com o aumento do número de carros flex.

O tamanho médio de cada nova usina seria de 1,8 milhão de toneladas de cana, de acordo com o estudo. Dados do mercado já apontam projetos de 77 usinas até 2012. Atualmente existem 248 usinas na região Centro-Sul e 88 no Nordeste.

A produção de cana-de-açúcar, que está em 425 milhões de toneladas, deverá atingir 685 milhões na safra de 2012/13.

O setor de etanol é um dos destaques na procura por financiamentos do BNDES. Em 2004, o banco desembolsou R$ 580 milhões. Em 2006, R$ 2,02 bilhões, alta de 248,27%.

"O etanol é uma coqueluche no mundo inteiro. Além do problema econômico e ambiental existe também o fator estratégico, já que você reduz a dependência de petróleo de países concentrados em regiões politicamente instáveis", disse Carlos Gastaldoni, assessor da presidência do banco.

Os custos de financiamento do banco foram reduzidos em razão da queda da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), atualmente em 6,5% ao ano. O banco cobra juros de 2% ao ano para projetos da indústria, de 1,5% para aquisição de equipamentos e de 1% para projetos de bioeletricidade.

A carteira de projetos da área nas mais diversas etapas de trâmite no banco, como enquadramento, análise e contratação, soma R$ 7 bilhões em financiamentos. Os projetos requerem investimentos totais de R$ 12 bilhões.

Dados do mercado apontam que a produção de etanol é rentável enquanto o petróleo estiver acima de US$ 36. Está hoje na faixa de US$ 58.

Na análise do banco, a expansão do setor deverá ocorrer por meio de empresas tradicionais do segmento e de novos investidores, inclusive estrangeiros.

O cenário desenhado pelo banco prevê a manutenção dos preços elevados do petróleo, a necessidade de diversificação da matriz energética mundial e a preocupação com os efeitos ambientais negativos da queima de combustíveis fósseis.

Nesse contexto, o Brasil teria condições de liderar a produção de etanol. A idéia não é concentrar a produção aqui, mas criar alternativas em outros países. Segundo o banco, o Brasil tem condições de liderar a produção com os custos mais competitivos do mundo e produtividade de 70 toneladas por hectare. Dados de 2004 mostram que o Brasil respondeu por 36% da produção de etanol. Os EUA, que usam mais o milho, ficaram com 33%.

"O Brasil pode contribuir decisivamente para uma meta de 10% de substituição da gasolina no cenário mundial [220 bilhões de litros]", afirma o banco. Se o país conquistar 50% desse mercado, terá que multiplicar por sete sua produção de etanol, algo em torno de 110 bilhões de litros.

Na avaliação de Gastaldoni, o êxito da colocação do etanol no mercado internacional deve ocorrer com a mistura do combustível à gasolina.

"Para usar o carro flexível, tem que ter uma bomba específica, muda toda a logística de distribuição do produto. Com a mistura à gasolina, a estrutura econômica dos outros países não muda. É possível queimar menos petróleo e com preço mais baixo", disse.


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