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27/02/2007
-
18h38
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
Uma onda de pessimismo generalizado originada na China derrubou os mercados financeiros internacionais e tragou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que teve nesta terça-feira o seu pior dia de negociações dos últimos seis anos. O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, encerrou o dia aos 43.145 pontos, em queda surpreendente de 6,63%.
A praça financeira não vivia um dia tão ruim desde julho de 2002, quando a Bolsa caiu 6,5%, em meio aos temores generalizados do cenário político. Pior, somente na época dos atentados de 2001, em setembro, quando a Bolsa emendou quedas de 9% (no dia 11) e 7% (no dia 13).
O "pânico" com o efeito China veio casado com um volume de negócios de respeito: de R$ 5,4 bilhões, típico de dias de mudança nos rumos do mercado.
"O mercado estava esperando um motivo para realizar [vender ações muito valorizadas] e ele apareceu. A gente somente não sabia que ele iria aparecer na China", afirma a analista Kelly Trentim, da corretora SLW.
A queda só não foi pior porque --como afirmam profissionais das corretoras-- algumas ações ficaram tão baratas, devido à quedas da ordem de 10%, que atraíram compras mesmo em um ambiente de vendas generalizado. Também sinaliza que alguns investidores esfriaram a cabeça e não esperam no pregão desta quarta uma repetição da "Terça-feira negra".
Analistas financeiros não arriscam fazer previsão para os próximos dias. Uma recuperação nos preços nesta quarta poderá estancar as perdas, mas um novo dia de baixa poderá levar os mercados a semanas de pessimismo, com a redução expressiva no valor das ações e nas commodities, especialmente, as consumidas pela China.
O mercado de câmbio também foi afetado pelo estresse mundial: o dólar comercial foi cotado a R$ 2,120 nos últimos negócios, em seu maior preço desde o final de janeiro. O risco-país também não saiu incólume: o índice Embi do Brasil, calculado pelo banco JP Morgan, bateu a casa dos 190 pontos.
Estopim
Vieram dos EUA e da China as notícias que afundaram nesta terça-feira os mercados mundiais. A Bolsa de Xangai foi o "estopim", quando fechou em baixa histórica de 8,8%. Os investidores temeram que o governo chinês anuncie uma nova rodada de medidas para deter o superaquecimento da economia chinesa.
Nos EUA, os investidores já estavam precavidos desde ontem, quando o ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano), Alan Greenspan, despertou os temores de uma possível recessão no horizonte. Hoje, o pessimismo foi alimentado pela queda de 7,8% nas encomendas de bens duráveis.
Essas notícias tiveram o efeito de "bomba" nos mercados mundiais, no famoso "efeito dominó". Na Inglaterra, queda de 3,45%; na Argentina, o índice Merval derreteu 7,5%. Nos EUA, Wall Street recuou 3,29% e teve que restringir os negócios na praça para limitar as perdas.
Na Bovespa, que comemorava recordes sucessivos, os investidores encontraram "gordura" para queimar e foram às vendas, em um dia dedicado à realização de lucros (liquidação de papéis muito valorizados).
Analistas explicaram a volatilidade dos negócios pelo "efeito manada": todos querendo sair da Bolsa, a qualquer preço.
Empresas
A "Terça-feira Negra" complicou a tradicional divisão entre "ganhadores" e "perdedores" ao final do pregão. Na verdade, investidores comemoravam a redução dos prejuízos com alguns dos poucos papeís que escaparam do "desastre".
Entre os que puderam celebrar, os investidores comprados na fabricante Embraer, cuja ação ordinária caiu somente 0,3%. Os papéis do Banco do Brasil --que divulgou lucro recorde-- também tiveram um desempenho um pouco acima da média, com perdas de 2,44% para as ordinárias.
Algumas dos principais papéis do mercado tiveram seu dia de "segunda linha", caracterizados pelas fortes oscilações. A ação preferencial de Telemig Participações recuou 10%, seguido pela ação preferencial de Transmissão Paulista, que cedeu 9,3%, e Usiminas, em baixa de 9,2%.
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Uma onda de pessimismo generalizado originada na China derrubou os mercados financeiros internacionais e tragou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que teve nesta terça-feira o seu pior dia de negociações dos últimos seis anos. O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, encerrou o dia aos 43.145 pontos, em queda surpreendente de 6,63%.
A praça financeira não vivia um dia tão ruim desde julho de 2002, quando a Bolsa caiu 6,5%, em meio aos temores generalizados do cenário político. Pior, somente na época dos atentados de 2001, em setembro, quando a Bolsa emendou quedas de 9% (no dia 11) e 7% (no dia 13).
O "pânico" com o efeito China veio casado com um volume de negócios de respeito: de R$ 5,4 bilhões, típico de dias de mudança nos rumos do mercado.
"O mercado estava esperando um motivo para realizar [vender ações muito valorizadas] e ele apareceu. A gente somente não sabia que ele iria aparecer na China", afirma a analista Kelly Trentim, da corretora SLW.
A queda só não foi pior porque --como afirmam profissionais das corretoras-- algumas ações ficaram tão baratas, devido à quedas da ordem de 10%, que atraíram compras mesmo em um ambiente de vendas generalizado. Também sinaliza que alguns investidores esfriaram a cabeça e não esperam no pregão desta quarta uma repetição da "Terça-feira negra".
Analistas financeiros não arriscam fazer previsão para os próximos dias. Uma recuperação nos preços nesta quarta poderá estancar as perdas, mas um novo dia de baixa poderá levar os mercados a semanas de pessimismo, com a redução expressiva no valor das ações e nas commodities, especialmente, as consumidas pela China.
O mercado de câmbio também foi afetado pelo estresse mundial: o dólar comercial foi cotado a R$ 2,120 nos últimos negócios, em seu maior preço desde o final de janeiro. O risco-país também não saiu incólume: o índice Embi do Brasil, calculado pelo banco JP Morgan, bateu a casa dos 190 pontos.
Estopim
Vieram dos EUA e da China as notícias que afundaram nesta terça-feira os mercados mundiais. A Bolsa de Xangai foi o "estopim", quando fechou em baixa histórica de 8,8%. Os investidores temeram que o governo chinês anuncie uma nova rodada de medidas para deter o superaquecimento da economia chinesa.
Nos EUA, os investidores já estavam precavidos desde ontem, quando o ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano), Alan Greenspan, despertou os temores de uma possível recessão no horizonte. Hoje, o pessimismo foi alimentado pela queda de 7,8% nas encomendas de bens duráveis.
Essas notícias tiveram o efeito de "bomba" nos mercados mundiais, no famoso "efeito dominó". Na Inglaterra, queda de 3,45%; na Argentina, o índice Merval derreteu 7,5%. Nos EUA, Wall Street recuou 3,29% e teve que restringir os negócios na praça para limitar as perdas.
Na Bovespa, que comemorava recordes sucessivos, os investidores encontraram "gordura" para queimar e foram às vendas, em um dia dedicado à realização de lucros (liquidação de papéis muito valorizados).
Analistas explicaram a volatilidade dos negócios pelo "efeito manada": todos querendo sair da Bolsa, a qualquer preço.
Empresas
A "Terça-feira Negra" complicou a tradicional divisão entre "ganhadores" e "perdedores" ao final do pregão. Na verdade, investidores comemoravam a redução dos prejuízos com alguns dos poucos papeís que escaparam do "desastre".
Entre os que puderam celebrar, os investidores comprados na fabricante Embraer, cuja ação ordinária caiu somente 0,3%. Os papéis do Banco do Brasil --que divulgou lucro recorde-- também tiveram um desempenho um pouco acima da média, com perdas de 2,44% para as ordinárias.
Algumas dos principais papéis do mercado tiveram seu dia de "segunda linha", caracterizados pelas fortes oscilações. A ação preferencial de Telemig Participações recuou 10%, seguido pela ação preferencial de Transmissão Paulista, que cedeu 9,3%, e Usiminas, em baixa de 9,2%.
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