Publicidade
Publicidade
26/12/2000
-
19h25
"Mudança na marca é mais um passo para privatização"
CHICO SANTOS
ISABEL CLEMENTE
da Folha Online, no Rio de Janeiro
A estatal Petrobras, maior empresa do país e terceira maior da América Latina, está mudando seu nome comercial (marca) para Petrobrax.
Segundo o presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul, o objetivo é unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização.
Reichstul disse que a mudança, estudada durante oito meses e já aprovada pelo conselho de administração, ganhou na semana passada o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso. Embora o nome da empresa continue sendo Petrobras, ele não entrará mais na logomarca.
Reichstul disse que não haverá uma campanha publicitária específica para divulgar o novo nome, mas que a novidade "aparecerá no contexto" das propagandas. Ele disse que os investimentos incluem a revitalização dos postos BR, que agora exibirão o nome Petrobrax BR. No exterior, a sigla BR não será usada ao lado da nova marca.
A decisão de mudar a marca foi tomada após a aprovação do plano estratégico da Petrobras (1999-2005). Um dos argumentos favoráveis à mudança foi que o sufixo brás estaria, internamente, associado à idéia de ineficiência estatal.
"Perdemos o monopólio em 1997, mas o nome (da empresa) continuava associado a ele", disse Reichstul.
Outro argumento, também relacionado com o mercado interno, foi o de que a marca Petrobras tornou-se, nos últimos anos, praticamente virtual, escondida pelas iniciais BR que integram o atual logotipo.
A marca BR aparece, associada ao nome Petrobras ou não, nas diversas unidades da companhia e isso estaria diluindo o nome da empresa.
Além disso, a marca BR, adotada por toda a empresa em 1993, estaria excessivamente baseada no braço de distribuição de combustíveis, enquanto o novo foco seria tecnologia.
O nome do óleo lubrificante Lubrax, do qual foi tirado o sufixo da nova marca, seria a forma mais correta de associar a empresa ao seu novo foco. Brax, segundo Reichstul, chegou a ser cogitado também como marca, "mas sem muita força".
O novo logotipo tem também um símbolo branco, dentro de um quadrado verde, amarelo e azul, que representaria o compromisso da empresa em desenvolver fontes de energia limpas, como a solar, a eólica, o gás, o hidrogênio e outras. Reichstul disse que a empresa gostaria de chegar a 2010 reduzindo a participação do petróleo entre os itens que produz dos atuais 95% para 60%.
Desvincular do Brasil
No front externo, um dos argumentos para a mudança da marca é o de tirar a associação excessiva que o nome Petrobras tem com o Brasil. Segundo Norberto Chamma, diretor da Und, que apresentou a nova marca ontem para jornalistas, a desvinculação é importante para que a empresa não seja obrigada a arcar com os ônus dessa ligação.
Um dos ônus, para o caso de expansão na América Latina, seria o de passar a idéia de um imperialismo brasileiro invadindo os países vizinhos. Na disputa por espaço nos países desenvolvidos, a marca BR estaria causando confusão com a britânica BP, recentemente associada à norte-americana Amoco, cujo logo é verde e amarelo.
Até uma suposta dificuldade fonética dos falantes do inglês e do espanhol com a palavra Petrobras foi incluída entre os argumentos favoráveis à mudança. A logomarca da estatal já foi mudada antes, em 1978 e 1993, mas sempre se manteve nela o nome original.
Petrobras muda nome para facilitar expansão internacional
Publicidade
CHICO SANTOS
ISABEL CLEMENTE
da Folha Online, no Rio de Janeiro
A estatal Petrobras, maior empresa do país e terceira maior da América Latina, está mudando seu nome comercial (marca) para Petrobrax.
Segundo o presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul, o objetivo é unificar a marca e facilitar o seu processo de internacionalização.
Reichstul disse que a mudança, estudada durante oito meses e já aprovada pelo conselho de administração, ganhou na semana passada o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso. Embora o nome da empresa continue sendo Petrobras, ele não entrará mais na logomarca.
Reichstul disse que não haverá uma campanha publicitária específica para divulgar o novo nome, mas que a novidade "aparecerá no contexto" das propagandas. Ele disse que os investimentos incluem a revitalização dos postos BR, que agora exibirão o nome Petrobrax BR. No exterior, a sigla BR não será usada ao lado da nova marca.
A decisão de mudar a marca foi tomada após a aprovação do plano estratégico da Petrobras (1999-2005). Um dos argumentos favoráveis à mudança foi que o sufixo brás estaria, internamente, associado à idéia de ineficiência estatal.
"Perdemos o monopólio em 1997, mas o nome (da empresa) continuava associado a ele", disse Reichstul.
Outro argumento, também relacionado com o mercado interno, foi o de que a marca Petrobras tornou-se, nos últimos anos, praticamente virtual, escondida pelas iniciais BR que integram o atual logotipo.
A marca BR aparece, associada ao nome Petrobras ou não, nas diversas unidades da companhia e isso estaria diluindo o nome da empresa.
Além disso, a marca BR, adotada por toda a empresa em 1993, estaria excessivamente baseada no braço de distribuição de combustíveis, enquanto o novo foco seria tecnologia.
O nome do óleo lubrificante Lubrax, do qual foi tirado o sufixo da nova marca, seria a forma mais correta de associar a empresa ao seu novo foco. Brax, segundo Reichstul, chegou a ser cogitado também como marca, "mas sem muita força".
O novo logotipo tem também um símbolo branco, dentro de um quadrado verde, amarelo e azul, que representaria o compromisso da empresa em desenvolver fontes de energia limpas, como a solar, a eólica, o gás, o hidrogênio e outras. Reichstul disse que a empresa gostaria de chegar a 2010 reduzindo a participação do petróleo entre os itens que produz dos atuais 95% para 60%.
Desvincular do Brasil
No front externo, um dos argumentos para a mudança da marca é o de tirar a associação excessiva que o nome Petrobras tem com o Brasil. Segundo Norberto Chamma, diretor da Und, que apresentou a nova marca ontem para jornalistas, a desvinculação é importante para que a empresa não seja obrigada a arcar com os ônus dessa ligação.
Um dos ônus, para o caso de expansão na América Latina, seria o de passar a idéia de um imperialismo brasileiro invadindo os países vizinhos. Na disputa por espaço nos países desenvolvidos, a marca BR estaria causando confusão com a britânica BP, recentemente associada à norte-americana Amoco, cujo logo é verde e amarelo.
Até uma suposta dificuldade fonética dos falantes do inglês e do espanhol com a palavra Petrobras foi incluída entre os argumentos favoráveis à mudança. A logomarca da estatal já foi mudada antes, em 1978 e 1993, mas sempre se manteve nela o nome original.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice