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14/09/2001
-
08h40
CLÁUDIA DIANNI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O agravamento da crise econômica mundial, como consequência dos ataques terroristas contra os Estados Unidos, vai atingir em cheio a balança comercial brasileira, pelo menos no médio prazo, segundo avaliação do governo obtida pela Folha de S.Paulo.
O abalo será maior se houver um contra-ataque dos americanos contra alguma nação árabe. O governo já conta com uma restrição do comércio mundial.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, disse que o Brasil não vai tomar nenhuma atitude precipitada com relação a qualquer país árabe, região onde o Brasil vinha investindo para expandir o comércio.
Segundo Lafer, o Brasil vinha se aproximando do Oriente Médio porque havia "uma tendência de normalização" na região e a aproximação atendia aos interesses comerciais brasileiros.
Na semana passada, uma missão de diplomatas com 40 empresários partiu para o Irã para fazer negócios. O governo já havia determinado a reabertura da embaixada em Bagdá, no Iraque.
O Itamaraty não confirmou se vai suspender as missões comerciais para aquela região ou a reabertura da embaixada _fechada quando as Nações Unidas decretaram embargo àquela nação depois da Guerra do Golfo. As relações comerciais do Brasil com o Oriente Médio representam cerca de 3% da pauta comercial.
A primeira consequência já esperada pelo governo para a balança comercial é o aumento do preço do petróleo. O Brasil importa cerca de 40% do consumo interno. As importações de petróleo e derivados representaram 11% das compras feitas pelo país até julho, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior.
Ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um relatório da embaixada de Washington com análise dos possíveis cenários na economia internacional, que podem afetar o Brasil.
De acordo com o relatório, a crise poderá afetar ainda mais o preços das commodities. O valor desses produtos está depreciado no mercado internacional desde 98. O Brasil é um dos principais exportadores de produtos agrícolas.
Com a crise nas Bolsas, esses produtos ficam sem preço de referência. O governo também já se prepara para um possível fracasso na tentativa de lançar uma nova rodada mundial de comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio), marcada para novembro em Doha, no Qatar.
Após os atentados de terça-feira, supostamente atribuídos a terroristas árabes, a participação dos EUA no encontro ficou incerta.
Lafer apostava nesse fórum de negociações para tentar eliminar as barreiras às exportações dos produtos agrícolas e os subsídios oferecidos pelos países desenvolvidos à produção e exportação agrícola, concorrendo em condições de desigualdade com as exportações brasileiras.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Para Brasil, crise atinge balança comercial
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O agravamento da crise econômica mundial, como consequência dos ataques terroristas contra os Estados Unidos, vai atingir em cheio a balança comercial brasileira, pelo menos no médio prazo, segundo avaliação do governo obtida pela Folha de S.Paulo.
O abalo será maior se houver um contra-ataque dos americanos contra alguma nação árabe. O governo já conta com uma restrição do comércio mundial.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, disse que o Brasil não vai tomar nenhuma atitude precipitada com relação a qualquer país árabe, região onde o Brasil vinha investindo para expandir o comércio.
Segundo Lafer, o Brasil vinha se aproximando do Oriente Médio porque havia "uma tendência de normalização" na região e a aproximação atendia aos interesses comerciais brasileiros.
Na semana passada, uma missão de diplomatas com 40 empresários partiu para o Irã para fazer negócios. O governo já havia determinado a reabertura da embaixada em Bagdá, no Iraque.
O Itamaraty não confirmou se vai suspender as missões comerciais para aquela região ou a reabertura da embaixada _fechada quando as Nações Unidas decretaram embargo àquela nação depois da Guerra do Golfo. As relações comerciais do Brasil com o Oriente Médio representam cerca de 3% da pauta comercial.
A primeira consequência já esperada pelo governo para a balança comercial é o aumento do preço do petróleo. O Brasil importa cerca de 40% do consumo interno. As importações de petróleo e derivados representaram 11% das compras feitas pelo país até julho, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior.
Ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um relatório da embaixada de Washington com análise dos possíveis cenários na economia internacional, que podem afetar o Brasil.
De acordo com o relatório, a crise poderá afetar ainda mais o preços das commodities. O valor desses produtos está depreciado no mercado internacional desde 98. O Brasil é um dos principais exportadores de produtos agrícolas.
Com a crise nas Bolsas, esses produtos ficam sem preço de referência. O governo também já se prepara para um possível fracasso na tentativa de lançar uma nova rodada mundial de comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio), marcada para novembro em Doha, no Qatar.
Após os atentados de terça-feira, supostamente atribuídos a terroristas árabes, a participação dos EUA no encontro ficou incerta.
Lafer apostava nesse fórum de negociações para tentar eliminar as barreiras às exportações dos produtos agrícolas e os subsídios oferecidos pelos países desenvolvidos à produção e exportação agrícola, concorrendo em condições de desigualdade com as exportações brasileiras.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
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