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17/09/2001 - 08h29

Ações do setor de telecomunicação perdem o brilho

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CAROLINA MANDL
da Folha de S.Paulo

Se você já estava desanimado com o desempenho das ações de telecomunicações, prepare-se. De acordo com a maioria dos analistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, elas podem ainda não ter alcançado o fundo do poço.

Nas últimas duas semanas, três fatos atingiram as ações do ramo de telefonia: o cancelamento da oferta da Portugal Telecom de troca dos papéis da Telesp Celular por BDRs (Brazilian Depositary Receipts), a suspensão da compra das ações da Celular CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações) pela Telefônica e o atentado nos Estados Unidos.

Só na última sexta-feira, a desistência da Telefônica fez com que os papéis da CRT caíssem quase 54%. De acordo com a Portugal Telecom, o cancelamento se deve "aos acontecimentos excepcionais dos últimos dias".

Segundo Eduardo Hajime, analista da Sudameris, a exposição à América Latina seria desfavorável ao balanço da Telefônica por causa da alta do dólar. Além disso, a empresa ficaria mais exposta ao risco em países emergentes.

Como os papéis de telecomunicações são os de maior liquidez na Bovespa, eles devem continuar sendo os mais atingidos pelo clima de incerteza. Com cerca de 45% de participação no Ibovespa, as ações de telecomunicações são as maiores candidatas à venda em momentos de insegurança.

Por isso os papéis que em 1999 eram as vedetes dos analistas podem ver seus preços desabarem ainda mais se os investidores resolverem ofertá-los.

O bancário Gilson França, 42, enviou uma dúvida à Folha de S.Paulo. "É melhor sacar tudo para não perder o que investi?" Hoje os papéis dele valem metade do que quando aplicou em janeiro de 2000 em um fundo de telecomunicações.

De acordo com o analista de investimentos Ricardo Martins, da corretora Souza Barros, França deve permanecer porque o prejuízo que terá se sacar o dinheiro será muito grande. "A telefonia no Brasil tem um grande potencial de crescimento", afirma.

Os analistas são unânimes em afirmar que vender agora é sinônimo de prejuízo, mas dizem que o investidor deve estar consciente de que suas ações ainda podem minguar mais.

Segundo Mauro Mazzaro, analista da Planner, essa é uma decisão muito difícil. "O investidor deve pensar que sua expectativa de retorno já se frustrou e que agora o mercado não tem muita lógica para considerar apenas os fundamentos das empresas."

Para Jacqueline Lison, da Fator, se a desaceleração da economia mundial se acentuar e as empresas de telecomunicações apresentarem piores resultados no exterior, isso vai se refletir aqui.

Por outro lado, Suzana Falara, da Brascan, diz que a receita das empresas de telefonia pode não ser afetada ou até sofrer um leve aumento. "O faturamento delas vem do tráfego interno de comunicação, e as pessoas usam mais o telefone em situações de conflito."

 

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