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17/09/2001
-
08h45
da Folha de S.Paulo
O dólar mais uma vez surpreendeu. Fechou a semana em R$ 2,69, mas chegou a bater em R$ 2,74. Em 12 meses, a desvalorização do real já é de quase 48%. Com tantas incertezas em relação aos EUA e à economia mundial, será que ele não vai continuar subindo?
De acordo com Gustavo Alcântara, analista do Banco Prosper, tecnicamente a moeda norte-americana, no Brasil, está muito sobrevalorizada. Mas, no curto prazo, como tem sido grande a procura por hedge (proteção) por parte de empresas, é difícil dizer se o rumo vai mudar.
Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management), diz que nesse patamar de preço ele não se sente nem um pouco confortável para comprar dólar. Mas ele não duvida que continue subindo. "A verdade é que nos últimos meses quem comprou se deu bem, embora sempre se falasse que o preço já era alto."
Além disso, Simino acha que é preciso observar o desenrolar das consequências do ataque terrorista nos EUA. "Se a retaliação dos americanos não for contra um grupo isolado de terroristas, mas contra um país, eu recomendaria comprar dólar."
Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, acha que o espaço de manobra para o dólar subir ou cair está pequeno. Segundo ele, o governo não tem muito interesse em baixar a cotação, pois a alta ajuda a cobrir o déficit em transações correntes. "É preciso ficar atento especialmente à balança comercial. Ela não pode ficar negativa", explica.
Ao mesmo tempo, afirma, as autoridades não podem deixar que a cotação suba sem controle, pois a sua elevação faz com que a dívida pública interna cresça.
A recomendação de Marcos de Callis, diretor de investimentos do HSBC Investment Bank, é não tomar decisões precipitadas nem fazer movimentos bruscos. "Em momentos de crise, como o atual, o mercado perde liquidez, e a precificação dos ativos pode ficar muito distorcida."
Além do dólar, os investidores, tanto no Brasil como no mundo, também correram para o ouro.
De acordo com Mauro Halfeld, professor de economia da Universidade Federal do Paraná, em momentos de turbulência o ouro costuma ser considerado um porto seguro. Porém ele ressalva que o metal é uma opção interessante somente nesses períodos. "A longo prazo sua rentabilidade não é muito boa."
Além disso, diz, só uma pequena parte da carteira deve ser investida no metal. Sua liquidez é limitada. Na hora de vender, pode ser difícil encontrar comprador.
Para Clive Botelho, do WestLB Banco Europeu, ouro é uma aplicação só para profissionais que acompanham o mercado internacional. "Se a pessoa quer uma proteção desse tipo, é preferível ficar num fundo cambial."
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Dólar está sobrevalorizado, mas é difícil dizer se está no limite
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O dólar mais uma vez surpreendeu. Fechou a semana em R$ 2,69, mas chegou a bater em R$ 2,74. Em 12 meses, a desvalorização do real já é de quase 48%. Com tantas incertezas em relação aos EUA e à economia mundial, será que ele não vai continuar subindo?
De acordo com Gustavo Alcântara, analista do Banco Prosper, tecnicamente a moeda norte-americana, no Brasil, está muito sobrevalorizada. Mas, no curto prazo, como tem sido grande a procura por hedge (proteção) por parte de empresas, é difícil dizer se o rumo vai mudar.
Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management), diz que nesse patamar de preço ele não se sente nem um pouco confortável para comprar dólar. Mas ele não duvida que continue subindo. "A verdade é que nos últimos meses quem comprou se deu bem, embora sempre se falasse que o preço já era alto."
Além disso, Simino acha que é preciso observar o desenrolar das consequências do ataque terrorista nos EUA. "Se a retaliação dos americanos não for contra um grupo isolado de terroristas, mas contra um país, eu recomendaria comprar dólar."
Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, acha que o espaço de manobra para o dólar subir ou cair está pequeno. Segundo ele, o governo não tem muito interesse em baixar a cotação, pois a alta ajuda a cobrir o déficit em transações correntes. "É preciso ficar atento especialmente à balança comercial. Ela não pode ficar negativa", explica.
Ao mesmo tempo, afirma, as autoridades não podem deixar que a cotação suba sem controle, pois a sua elevação faz com que a dívida pública interna cresça.
A recomendação de Marcos de Callis, diretor de investimentos do HSBC Investment Bank, é não tomar decisões precipitadas nem fazer movimentos bruscos. "Em momentos de crise, como o atual, o mercado perde liquidez, e a precificação dos ativos pode ficar muito distorcida."
Além do dólar, os investidores, tanto no Brasil como no mundo, também correram para o ouro.
De acordo com Mauro Halfeld, professor de economia da Universidade Federal do Paraná, em momentos de turbulência o ouro costuma ser considerado um porto seguro. Porém ele ressalva que o metal é uma opção interessante somente nesses períodos. "A longo prazo sua rentabilidade não é muito boa."
Além disso, diz, só uma pequena parte da carteira deve ser investida no metal. Sua liquidez é limitada. Na hora de vender, pode ser difícil encontrar comprador.
Para Clive Botelho, do WestLB Banco Europeu, ouro é uma aplicação só para profissionais que acompanham o mercado internacional. "Se a pessoa quer uma proteção desse tipo, é preferível ficar num fundo cambial."
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