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17/09/2001
-
11h13
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O sequestro de aviões norte-americanos que foram lançados contra o World Trade Center e o Pentágono na terça-feira vão derrubar a venda de passagens aéreas internacionais no Brasil. Na avaliação do presidente da Abav (Associação Brasileira dos Agentes de Viagem), Goiaci Alves Guimarães, a venda de viagens internacionais "vai despencar".
"Ainda é muito cedo para fazer estimativas sobre percentuais de redução de vôos internacionais. Mas é certo que a venda de pacotes turísticos e passagens internacionais vai despencar", disse.
Antes do atentado terrorista, a previsão da Abav era de que os vôos internacionais se manteriam no mesmo patamar do ano passado, quando 737 mil brasileiros voaram para os Estados Unidos. Historicamente, 5 milhões de brasileiros voam todos os anos para fora do país.
Mas depois do atentado, as projeções da Abav foram rebaixadas. "O sequestro dos aviões provocou um impacto psicológico na decisão de voar muito difícil de ser mensurado", disse Guimarães.
Muitas companhias aéreas já estão revisando para baixo seus cálculos de crescimento para 2001 e redimensionando as compras de novas aeronaves. A previsão é de haver uma redução de 25% no tráfego aéreo mundial.
Segundo o vice-presidente técnico da Gol, Davi Barioni Neto, o atentado terrorista e a necessidade de criação de normas mais rígidas de segurança nos aeroportos vai acabar com todo o trabalho da aviação civil de transformar o transporte aéreo num meio comum de locomoção.
"A aviação civil luta há muito tempo para fazer do transporte aéreo um meio de locomoção comum, como andar de carro, ônibus, trem ou bicicleta. Mas esse atentado acabou com tudo isso. Ninguém pega um carro e acha que poderá cair na mão de terroristas. Para viajar de trem, ninguém precisa fazer um check-in com três horas de antecedência", disse.
Segundo ele, o Departamento de Transporte Aéreo dos Estados Unidos passará a exigir check-in com três horas de antecedência para aumentar o grau de segurança dos aeroportos. No Brasil, o DAC (Departamento de Aviação Civil) e Infraero (administradora dos aeroportos brasileiros) estabeleceram novas regras de seguranças para as companhias aéreas instaladas no país.
Entre as novas regras brasileiras está o fim do check-in remoto. A partir de agora, o check-in só poderá ser feito no aeroporto.
Exemplo disso são os passageiros que faziam check-in em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por exemplo, para embarcar no Galeão. Agora, esses passageiros terão de fazer o check-in no Galeão.
Segundo Barioni, as novas regras têm o objetivo não permitir que o Brasil se transforme numa rota de passagem para terroristas.
"O Brasil tem risco zero de segurança. Nunca houve atentados por aqui. As regras ficaram mais rígidas para continuarmos a ter risco zero."
Na sua opinião, o atentado terrorista vai mudar o cenário da aviação civil mundial. "Todas as empresas terão de rever suas projeções."
Entre as mudanças previstas está o crescimento da européia Airbus, que deve tomar o espaço da norte-americana Boeing nos vôos para o Oriente Médio.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Acompanhe a situação dos aeroportos dos EUA
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Terrorismo vai derrubar venda de passagens aéreas no Brasil
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da Folha Online
O sequestro de aviões norte-americanos que foram lançados contra o World Trade Center e o Pentágono na terça-feira vão derrubar a venda de passagens aéreas internacionais no Brasil. Na avaliação do presidente da Abav (Associação Brasileira dos Agentes de Viagem), Goiaci Alves Guimarães, a venda de viagens internacionais "vai despencar".
"Ainda é muito cedo para fazer estimativas sobre percentuais de redução de vôos internacionais. Mas é certo que a venda de pacotes turísticos e passagens internacionais vai despencar", disse.
Antes do atentado terrorista, a previsão da Abav era de que os vôos internacionais se manteriam no mesmo patamar do ano passado, quando 737 mil brasileiros voaram para os Estados Unidos. Historicamente, 5 milhões de brasileiros voam todos os anos para fora do país.
Mas depois do atentado, as projeções da Abav foram rebaixadas. "O sequestro dos aviões provocou um impacto psicológico na decisão de voar muito difícil de ser mensurado", disse Guimarães.
Muitas companhias aéreas já estão revisando para baixo seus cálculos de crescimento para 2001 e redimensionando as compras de novas aeronaves. A previsão é de haver uma redução de 25% no tráfego aéreo mundial.
Segundo o vice-presidente técnico da Gol, Davi Barioni Neto, o atentado terrorista e a necessidade de criação de normas mais rígidas de segurança nos aeroportos vai acabar com todo o trabalho da aviação civil de transformar o transporte aéreo num meio comum de locomoção.
"A aviação civil luta há muito tempo para fazer do transporte aéreo um meio de locomoção comum, como andar de carro, ônibus, trem ou bicicleta. Mas esse atentado acabou com tudo isso. Ninguém pega um carro e acha que poderá cair na mão de terroristas. Para viajar de trem, ninguém precisa fazer um check-in com três horas de antecedência", disse.
Segundo ele, o Departamento de Transporte Aéreo dos Estados Unidos passará a exigir check-in com três horas de antecedência para aumentar o grau de segurança dos aeroportos. No Brasil, o DAC (Departamento de Aviação Civil) e Infraero (administradora dos aeroportos brasileiros) estabeleceram novas regras de seguranças para as companhias aéreas instaladas no país.
Entre as novas regras brasileiras está o fim do check-in remoto. A partir de agora, o check-in só poderá ser feito no aeroporto.
Exemplo disso são os passageiros que faziam check-in em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por exemplo, para embarcar no Galeão. Agora, esses passageiros terão de fazer o check-in no Galeão.
Segundo Barioni, as novas regras têm o objetivo não permitir que o Brasil se transforme numa rota de passagem para terroristas.
"O Brasil tem risco zero de segurança. Nunca houve atentados por aqui. As regras ficaram mais rígidas para continuarmos a ter risco zero."
Na sua opinião, o atentado terrorista vai mudar o cenário da aviação civil mundial. "Todas as empresas terão de rever suas projeções."
Entre as mudanças previstas está o crescimento da européia Airbus, que deve tomar o espaço da norte-americana Boeing nos vôos para o Oriente Médio.
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