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17/09/2001 - 19h20

Governo tem pouco espaço para mexer nas taxas de juros, diz Fraga

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SANDRA MANFRINI
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sinalizou hoje, em entrevista coletiva, que há pouco espaço para o governo alterar a taxa de juros. Primeiro, Fraga deu a entender que é pequena a possibilidade de uma alta exagerada de juros.

Segundo ele, apesar do mercado financeiro estar projetando uma taxa de inflação de 6,5% para 2001, 0,5 ponto percentual acima do teto da meta estabelecida pelo governo, deve-se fugir da recessão. ''Não faz sentido jogar a economia numa recessão profunda para conseguir reduzir zero alguma coisa na taxa de inflação'', disse Fraga.

Sobre a possibilidade de queda da taxa, o presidente do BC afirmou que não há muita folga no campo de juros e na área fiscal. Depois de afirmar que os Estados Unidos tinham folga fiscal e em relação à taxa de juros, Fraga disse que o Brasil ainda está saindo daquele quadro de hiperinflação e de baixo crescimento econômico que marcou a história por muitos anos.

Além disso, ele lembrou os vários eventos atuais que impactaram a economia brasileira como a crise argentina, a crise política brasileira (ACM e Jader), o racionamento de energia elétrica e o recente atentado terrorista aos Estados Unidos. ''Ainda não consolidamos a trajetória de crescimento econômico e de baixas taxas de inflação'', afirmou.

Depois de três semanas fora do Brasil, Fraga deu entrevista coletiva hoje para tentar apresentar uma visão positiva das expectativas para a economia brasileira, após o atentado terrorista aos Estados Unidos. ''Temos que procurar sair do grau de ansiedade que predomina o noticiário e pensar friamente no que pode ser feito'', disse Fraga.

Segundo ele, o governo tem condições de administrar a situação atual e que o trabalho já foi feito, com o ajuste fiscal, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a reforma da previdência e os avanços de política econômica e monetária.

Fraga admitiu que o crescimento da economia neste ano deverá ficar abaixo dos 2,8% projetados anteriormente pelo BC, mas garantiu que será positivo. Sobre a alta da taxa de câmbio, ele disse que o governo brasileiro tem os instrumentos necessários para atuar no mercado de câmbio e não há intenção de negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma redução do piso das reservas internacionais brasileiras.

O piso das reservas ficou definido no acordo com o FMI em US$ 20 bilhões até setembro de 2002, ou seja, as reservas não podem ficar abaixo desse limite. Segundo Fraga, a pressão atual sobre as taxas de câmbio não é um problema de fuga de capital, mas sim o reflexo de um comportamento defensivo das empresas em busca de hedge (proteção).

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