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18/09/2001 - 08h08

Os bancos centrais agiram na hora certa

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do ''Financial Times''

Os cortes coordenados nas taxas oficiais de juros dos EUA e da Europa, ontem, foram a medida certa na hora certa.

Os cortes de meio ponto percentual na taxa de juros juros decretados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e seguidos de imediato pelo Banco Central Europeu (BCE) eram necessários por dois motivos. O primeiro era impedir um pânico injustificado nos mercados financeiros quando do reinício das operações das Bolsas de Valores de Nova York, ontem, depois dos ataques terroristas da terça-feira contra o World Trade Center e o Pentágono.

O corte na taxa de juros do Fed, que se seguiu à provisão de ampla liquidez em ambos os lados do oceano Atlântico, parece ter atingido esse objetivo. O Índice Industrial Médio Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, caiu cerca de 6,5% na abertura do pregão, mas se tinha estabilizado, ainda de manhã.

O declínio no índice Dow Jones acompanhou as previsões de muitos analistas, depois das quedas recentes nas Bolsas de Valores européias causadas pelos ataques terroristas aos Estados Unidos.

O segundo objetivo, refletido em declarações de ambos os bancos centrais, era combater os efeitos de contração imediatos e de longo prazo do desastre.

Quedas de mais de 30% nas ações das companhias de aviação, na abertura do pregão, demonstraram a ansiedade mais óbvia sobre o impacto econômico. Os cortes nas viagens aéreas e atividades correlatas, previa-se, derrubariam a economia dos Estados Unidos, levando-a a uma recessão.

A confiança dos consumidores norte-americanos, depois dos tropeços na primeira metade de setembro, talvez se deprima ainda mais, dada a perspectiva de ação militar dos Estados Unidos contra os terroristas.

A despeito da recente alta nos preços do petróleo, portanto, o perigo de inflação se tornou muito menor do que o de desaceleração econômica.

A ação do BCE, explicitamente coordenada com o Federal Reserve, foi duplamente bem-vinda. Demonstrou maior capacidade do que as experiências passadas indicariam para tomar medidas decisivas, quando necessário.

E demostrou que o BCE reconhece sua responsabilidade pela manutenção da confiança e encorajamento ao crescimento econômico do continente europeu, em lugar de se concentrar demais no combate à inflação. O Banco da Inglaterra deveria seguir-lhe o exemplo.

O último corte coordenada de juros de grande monta em resposta a uma crise aconteceu durante a guerra do Golfo Pérsico, em 1990/ 91.

A taxa básica de juros do Reino Unido foi reduzida de 2,5%, gradualmente, para 1,5%, enquanto a taxa de fundos federais do Federal Reserve caiu de 8% a 5,75% em abril de 1991. O índice de ações S&P 500 começou caindo 17% ante seu nível de agosto de 1990, quando o Iraque invadiu o Kuait. Mas em abril recuperara todo o terreno perdido.

As atuais ansiedades, no entanto, são causadas apenas em parte pela reação aos ataques terroristas contra os Estados Unidos. Há sinais de que a economia mundial já estivesse enfraquecendo antes da terça-feira, e parte das ações que caíram ontem já estavam vulneráveis. As autoridades monetárias precisam estar preparadas para continuar agindo diante de qualquer sinal mais amplo de debilidade econômica.

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