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19/09/2001 - 07h52

Crise da aviação pode forçar nova revisão da produção da Embraer

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KEILA RIBEIRO
da Folha Vale

A crise no mercado de transporte aéreo dos EUA deve provocar, pela segunda vez em menos de um mês, o anúncio de revisão das metas de produção pela Embraer, segundo economistas e analistas ouvidos pela Folha de S.Paulo.

No mês passado, a empresa anunciou a redução de produção de 200 para 185 aeronaves devido ao desaquecimento no mercado mundial.

Agora, a ''bola da vez'' é o mercado dos EUA, responsável por 69,38% das vendas dos contratos no caso de pedidos firmes, e 59,4% das opções de compra.

Além de afetar a empresa, uma revisão das vendas da Embraer, maior exportadora brasileira, com negócios de US$ 1,72 bilhão no primeiro semestre, derrubaria a balança comercial do Brasil.

Para os analistas, a queda da cotação das ações de empresas aéreas americanas e a diminuição de demanda do transporte de passageiros terão reflexos na Embraer. As previsões não incluem, no entanto, modificações no nível de emprego da companhia, que seria obrigada apenas, segundo os analistas, a reduzir investimentos.

Não há estimativas, por enquanto, de cancelamentos de pedidos firmes ou de opções de compras, mas os economistas prevêem que alguns contratos com empresas aéreas norte-americanas possam ser adiados.

Para os economistas, a empresa pode deixar de vender até mais 15 aeronaves, com a suspensão da compra de aviões que estavam sinalizadas pelas companhias norte-americanas. O economista Alberto Matias disse que a companhia brasileira já está sendo afetada, mas poderá se recuperar buscando novos mercados.

Segundo ele, o receio com o transporte aéreo está intimamente ligado a companhias norte-americanas e ao turismo no país, o que pode provocar a expansão do mercado da Embraer para outros países, como o próprio Brasil.

"Em um primeiro momento, a Embraer seria atingida, mas, depois, os pedidos migrariam para empresas de outros países. Isso deve ocorrer em até três meses."

Para o consultor do Unibanco Carlos Albano, as consequências para a empresa serão mais amenas e temporárias. Albano disse que o mercado da Embraer, voltado às pequenas distâncias, pode ser menos afetado pela crise.

Segundo ele, os jatos regionais deverão ganhar mercados, que sofrerão uma retração momentânea com os efeitos da crise, mas poderão ter chance de expansão com a substituição de grandes aeronaves por modelos menores.

Os papéis da Embraer nas Bolsas caíram 29,3% em quatro dias, após o impacto dos ataques terroristas nos EUA.

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