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19/09/2001 - 13h18

Alta do dólar faz dívida pública crescer R$ 69,7 bi no ano

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SANDRA MANFRINI
da Folha Online, em Brasília

A alta do dólar no Brasil e as medidas que foram necessárias para conter a instabilidade no mercado cambial neste ano acabaram por aumentar o estoque da dívida pública federal interna (dívida pública em títulos) em cerca de R$ 69,7 bilhões.

O chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, explicou hoje que, deste total, R$ 40,3 bilhões representam apenas o impacto da variação cambial ocorrida do final de dezembro de 2000 até o dia 17 de setembro, de 36,54%.

Outros R$ 27,1 bilhões são a soma das emissões líquidas de papéis cambiais que foram feitas no período e R$ 2,3 bilhões correspondem ao pagamento de juros dos papéis cambiais. Essas emissões, em sua maioria, foram motivadas pela demanda dos investidores por proteção em função da alta volatilidade do mercado financeiro.

Com os vários eventos que impactaram a economia neste ano, como a crise da Argentina, a crise no cenário político brasileiro, o racionamento de energia elétrica e, por último, o atentado terrorista aos Estados Unidos, os investidores ficam mais inseguros e querem aplicar seus recursos em papéis que tenham a variação atrelada ao dólar.

Em dezembro de 2000, a taxa de câmbio era de R$ 1,955 e, em 17 de setembro deste ano, ela chegou a R$ 2,672. A variação impactou o saldo da dívida em títulos cambiais (corrigidos pela variação do dólar), que passou de R$ 113,74 bilhões em dezembro de 2000 para R$ 174,74 bilhões no final de agosto.

Agosto
Já o estoque total da dívida pública federal interna em poder do mercado somou em agosto R$ 606,18 bilhões, contra os R$ 597,28 bilhões de julho, o que representa um aumento de 1,49% no mês. O coordenador-geral de Administração da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, explicou que o aumento da dívida em agosto deveu-se, basicamente, à variação cambial de 4,95% verificada no período.

A maior volatilidade do mercado também contribuiu para que a participação dos títulos prefixados no estoque total da dívida pública caísse de 10,16% em julho para 9,59% em agosto. Em dezembro de 2000, os prefixados representavam 14,76% do total da dívida pública. O objetivo do Tesouro Nacional, no início deste ano, era aumentar bastante a participação desses papéis na composição da dívida.

A participação maior de prefixados dá aos governos maior previsibilidade de gastos orçamentários num ano com os juros da dívida, já que as taxas desses papéis são definidas previamente. Já com os pós-fixados (Letras Financeiras do Tesouro), como a rentabilidade do papel acompanha a taxa de juros Selic, a previsibilidade para o orçamento é menor.

Apesar de não ter abandonado este objetivo, o coordenador da Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle, explica que a conjuntura econômica atual não está permitindo ao governo emitir LTN com prazo superior a seis meses.
 

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