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20/09/2001
-
07h30
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo
A escalada do dólar continuou firme ontem e levou sua cotação a um novo nível recorde. Desde a terça da semana passada, dia do ataque aos EUA, o dólar subiu 4%, o que jogou o preço da moeda para R$ 2,71.
Há um mês, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,52. Em janeiro, US$ 1 valia R$ 1,94. Com a alta de 0,59% de ontem, o preço do dólar passou a acumular valorização de 38,9% no ano.
Ontem o governo não voltou a oferecer títulos cambiais, como fez na quinta e na sexta da última semana. A expectativa no mercado era que o Banco Central anunciasse um leilão de papéis cambiais quando o dólar bateu em R$ 2,715 no início da tarde.
Apesar de haver consenso de que o dólar está caro, as dúvidas sobre as consequências dos ataques aos EUA (e da retaliação prometida pelo país) para a economia mundial deve manter forte a procura das empresas e bancos por proteção, quer seja com a compra de dólares ou de títulos corrigidos pela variação cambial.
E enquanto o dólar ampliava sua valorização frente ao real nos últimos dias, recuava em relação a outras moedas, como o euro e o iene.
''A desvalorização do real reflete a preocupação dos agentes [instituições financeiras e empresas] em relação à queda no fluxo de recursos para os mercados emergentes'', afirma Ricardo Gelbaum, diretor executivo financeiro do banco BMC.
Em momentos de crescente crise e incertezas, os investidores costumam deixar os mercados considerados de risco maior e procurar os mais seguros, num movimento conhecido no jargão financeiro por ''flight to quality''.
O mercado de câmbio tem estado ''estreito''. Isso quer dizer que há menos negócios que o normal. Uma das características de um mercado ''estreito'' é que qualquer operação de volume um pouco maior altera muito as cotações.
O número de negócios se reduziu com as novas incertezas no cenário econômico mundial decorrentes dos atentados nos Estados Unidos.
Operadores afirmam que os negócios de câmbio entre os bancos, que gira em torno de US$ 1,5 bilhão por dia, caiu pela metade desde a terça da semana passada.
''O giro só começou a melhorar hoje [ontem], voltando para próximo de US$ 1 bilhão'', diz José Roberto Carrera, da mesa de câmbio da corretora Novação.
O Banco Central voltou, na última sexta-feira, a adotar sua estratégia de fazer pequenas intervenções diárias de US$ 50 milhões no mercado de câmbio. A política tinha sido abandonada na terça-feira passada, quando os ataques terroristas nos EUA provocaram uma disparada do dólar no Brasil.
Entre terça e quinta-feira, o BC vendeu US$ 370 milhões no mercado, US$ 220 milhões acima dos US$ 150 milhões que teriam sido vendidos se a política antiga tivesse sido mantida.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Escalada do dólar se acentuou após atentados nos EUA
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A escalada do dólar continuou firme ontem e levou sua cotação a um novo nível recorde. Desde a terça da semana passada, dia do ataque aos EUA, o dólar subiu 4%, o que jogou o preço da moeda para R$ 2,71.
Há um mês, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,52. Em janeiro, US$ 1 valia R$ 1,94. Com a alta de 0,59% de ontem, o preço do dólar passou a acumular valorização de 38,9% no ano.
Ontem o governo não voltou a oferecer títulos cambiais, como fez na quinta e na sexta da última semana. A expectativa no mercado era que o Banco Central anunciasse um leilão de papéis cambiais quando o dólar bateu em R$ 2,715 no início da tarde.
Apesar de haver consenso de que o dólar está caro, as dúvidas sobre as consequências dos ataques aos EUA (e da retaliação prometida pelo país) para a economia mundial deve manter forte a procura das empresas e bancos por proteção, quer seja com a compra de dólares ou de títulos corrigidos pela variação cambial.
E enquanto o dólar ampliava sua valorização frente ao real nos últimos dias, recuava em relação a outras moedas, como o euro e o iene.
''A desvalorização do real reflete a preocupação dos agentes [instituições financeiras e empresas] em relação à queda no fluxo de recursos para os mercados emergentes'', afirma Ricardo Gelbaum, diretor executivo financeiro do banco BMC.
Em momentos de crescente crise e incertezas, os investidores costumam deixar os mercados considerados de risco maior e procurar os mais seguros, num movimento conhecido no jargão financeiro por ''flight to quality''.
O mercado de câmbio tem estado ''estreito''. Isso quer dizer que há menos negócios que o normal. Uma das características de um mercado ''estreito'' é que qualquer operação de volume um pouco maior altera muito as cotações.
O número de negócios se reduziu com as novas incertezas no cenário econômico mundial decorrentes dos atentados nos Estados Unidos.
Operadores afirmam que os negócios de câmbio entre os bancos, que gira em torno de US$ 1,5 bilhão por dia, caiu pela metade desde a terça da semana passada.
''O giro só começou a melhorar hoje [ontem], voltando para próximo de US$ 1 bilhão'', diz José Roberto Carrera, da mesa de câmbio da corretora Novação.
O Banco Central voltou, na última sexta-feira, a adotar sua estratégia de fazer pequenas intervenções diárias de US$ 50 milhões no mercado de câmbio. A política tinha sido abandonada na terça-feira passada, quando os ataques terroristas nos EUA provocaram uma disparada do dólar no Brasil.
Entre terça e quinta-feira, o BC vendeu US$ 370 milhões no mercado, US$ 220 milhões acima dos US$ 150 milhões que teriam sido vendidos se a política antiga tivesse sido mantida.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
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