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20/09/2001
-
09h37
JOSÉLIA AGUIAR
da Folha de S.Paulo
A incerteza sobre o cenário político internacional fez os brasileiros desistirem de viajar para o exterior. A venda de viagens internacionais no país já recuou 40% desde o ataque aos EUA na semana passada, segundo a Abav, a associação que representa as agências de viagem.
O percentual inclui tanto viagens de turismo quanto de negócios. Quem ia ao exterior como turista e desistiu representa 70% dessa queda.
Logo depois dos ataques terroristas da semana passada, a Abav estimou que as viagens ao exterior não iriam apenas cair, e sim despencar. "É um impacto muito grande e sem solução. Enquanto existir indefinição sobre o que vai acontecer, não vai adiantar criar uma nova estratégia de vendas. Ninguém vai querer viajar", avalia Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais da Abav.
Rossi diz que é difícil prever o que pode ocorrer no setor em caso de conflito. "Nosso parâmetro é a Guerra do Golfo, que fez as vendas para o exterior recuarem 60%." Daquela vez, segundo ele, o setor precisou de seis meses para se recuperar.
No primeiro semestre deste ano, a alta do dólar havia provocado uma queda de 5,8% nas viagens internacionais. Ao mesmo tempo, as vendas de pacotes nacionais cresceram 13%. Nos últimos dias, a tendência se manteve, diz a Abav.
A Embratur estima que o novo cenário pode contribuir para o crescimento do turismo interno. Para incentivá-lo, acaba de lançar uma campanha de R$ 1 milhão.
Empresários do setor afirmam, no entanto, que o aumento das viagens pelo país deve ser modesto. O momento é desfavorável, não só por razões de segurança, mas também econômicas. "Viagem é a primeira coisa que se corta quando não se sabe o que vai acontecer com a economia", afirma Júlio Serson, presidente da ABIH-SP, a associação que representa os hotéis. Serson afirma que ainda é cedo para avaliar o impacto do ataque aos EUA, mas define a situação como "preocupante".
Por causa da crise econômica, a média de ocupação dos hotéis neste ano havia recuado para um patamar entre 48% e 50% _pouco abaixo, portanto, da média de 51% do ano passado. "Depois desse episódio, os mais pessimistas estimam que a taxa de ocupação pode ficar entre 40% e 42%", acrescenta Serson. Todos os anos, a ABIH realiza levantamento sobre intenção de viagens no período de dezembro a fevereiro. A entidade deve antecipar a pesquisa para outubro para ter a dimensão do impacto da crise.
Acompanhe a situação dos aeroportos dos EUA
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Vendas de viagens ao exterior têm queda de 40%
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da Folha de S.Paulo
A incerteza sobre o cenário político internacional fez os brasileiros desistirem de viajar para o exterior. A venda de viagens internacionais no país já recuou 40% desde o ataque aos EUA na semana passada, segundo a Abav, a associação que representa as agências de viagem.
O percentual inclui tanto viagens de turismo quanto de negócios. Quem ia ao exterior como turista e desistiu representa 70% dessa queda.
Logo depois dos ataques terroristas da semana passada, a Abav estimou que as viagens ao exterior não iriam apenas cair, e sim despencar. "É um impacto muito grande e sem solução. Enquanto existir indefinição sobre o que vai acontecer, não vai adiantar criar uma nova estratégia de vendas. Ninguém vai querer viajar", avalia Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais da Abav.
Rossi diz que é difícil prever o que pode ocorrer no setor em caso de conflito. "Nosso parâmetro é a Guerra do Golfo, que fez as vendas para o exterior recuarem 60%." Daquela vez, segundo ele, o setor precisou de seis meses para se recuperar.
No primeiro semestre deste ano, a alta do dólar havia provocado uma queda de 5,8% nas viagens internacionais. Ao mesmo tempo, as vendas de pacotes nacionais cresceram 13%. Nos últimos dias, a tendência se manteve, diz a Abav.
A Embratur estima que o novo cenário pode contribuir para o crescimento do turismo interno. Para incentivá-lo, acaba de lançar uma campanha de R$ 1 milhão.
Empresários do setor afirmam, no entanto, que o aumento das viagens pelo país deve ser modesto. O momento é desfavorável, não só por razões de segurança, mas também econômicas. "Viagem é a primeira coisa que se corta quando não se sabe o que vai acontecer com a economia", afirma Júlio Serson, presidente da ABIH-SP, a associação que representa os hotéis. Serson afirma que ainda é cedo para avaliar o impacto do ataque aos EUA, mas define a situação como "preocupante".
Por causa da crise econômica, a média de ocupação dos hotéis neste ano havia recuado para um patamar entre 48% e 50% _pouco abaixo, portanto, da média de 51% do ano passado. "Depois desse episódio, os mais pessimistas estimam que a taxa de ocupação pode ficar entre 40% e 42%", acrescenta Serson. Todos os anos, a ABIH realiza levantamento sobre intenção de viagens no período de dezembro a fevereiro. A entidade deve antecipar a pesquisa para outubro para ter a dimensão do impacto da crise.
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