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20/09/2001 - 19h38

Varig planeja fazer novas demissões

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Depois de anunciar a demissão 1.750 funcionários, a Varig informou que pode vir a cortar mais funcionários nos próximos dias. O vice-presidente comercial da companhia, Roberto Macedo, disse que volume de cortes depende do comportamento das reservas futuras de passagens.

"Esse plano prepara a empresa para enfrentar uma redução de 15% a 20% nas reservas de passagens para os Estados Unidos."

O problema, segundo ele, é que o mercado já trabalha com a idéia de enfrentar reduções de até 40% no tráfego aéreo mundial. Se isso acontecer, a Varig terá de lançar mão de um novo plano de adequação ao mercado de aviação.

"Elaboramos vários planos de ação apropriados para cenários econômicos diferentes. Esse plano está de acordo com a queda de 15% nas reservas para os Estados Unidos. Mas o cenário pode ficar ainda pior", afirmou Macedo.

Para o executivo da Varig, a redução nas reservas internacionais pode chegar a 40% caso os países da Europa também entrem no conflito político internacional. "Ninguém sabe ainda o que vai ocorrer."

Das 94 aeronaves da Varig, 16 serão devolvidas ao longo dos próximos 60 dias. Dos aviões que deixarão de operar, 13 são aviões de fuselagem curta -que serão devolvidos- e três são jatos de grande porte -cujos contratos de leasing já venceram.

Mas Macedo garante que a redução da frota da Varig não implicará em redução da tabela de vôos, pois a companhia receberá quatro novas aeronaves nos próximos 60 dias. "Vamos otimizar a ocupação das aeronaves em uso."

Por enquanto, a Varig não reduzirá a tabela de vôos existentes. Mas já cancelou a oferta de sete novas frequências, que entrariam em operação partir de outubro. Macedo disse que a redução da tabela de vôos está em estudo e será divulgada nos próximos dias.

A Varig tem atualmente cerca de 17 mil funcionários. O plano de demissão da Varig vai deixar a companhia ainda mais enxuta. Em 1995, a companhia contava com 26 mil trabalhadores.

As demissões da Varig refletem a grave crise internacional do setor aéreo. As grandes companhias de todo o mundo já anunciaram a demissão de mais de 100 mil funcionários e a redução de 20% da frequência de vôos.

No Brasil, as demissões das empresas internacionais já começaram a ser negociadas com o Sindicato Nacional dos Aeroviários. Esse é o caso da United, Continental, Alitalia e Iberia.

"As companhias vão fazer demissões no mundo todo. O problema é que os maiores sacrifícios serão feitos pelos funcionários de outros países, como o Brasil, que trabalham longe das sedes das companhias", disse a presidente do sindicato, Selma Balbino.

No caso da United, as demissões atingirão 65 pessoas, ou seja, 52% dos 125 funcionários da empresa no Brasil. Para evitar as demissões, a United propôs ao sindicato a concessão de licença não-remunerada aos trabalhadores.

Já a Continental, Iberia e Alitalia querem reduzir a jornada de trabalho dos funcionários brasileiros e fazer um corte proporcional de salário.

O sindicato não concorda com as propostas, mas levará as idéias para discussão entre os trabalhadores de cada companhia.
"Não existe no setor privado esse negócio de licença sem remuneração. Nunca vi isso. Ninguém gosta também de ter redução de salário. As propostas vão ser levadas para assembléia. Os funcionários é que decidem se preferem as propostas ou correr o risco de demissão."

Para a sindicalista, a crise das companhias estrangeiras não é pior do que as dificuldades das empresas nacionais. 'As estrangeiras empregam no máximo 200 funcionários cada uma. O pior será quando as empresas nacionais começarem a demitir.'

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