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21/09/2001 - 21h27

Patamar atual do dólar é irreal, diz Gustavo Franco

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GABRIELLA ESPER
da Folha Online

O patamar do dólar hoje é totalmente irreal, sem nenhuma explicação possível, na opinião do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco.
Ele criticou as atuações do BC no mercado de câmbio. Para ele, nunca houve uma valorização "tão grande" da taxa de câmbio e ironizou: "o BigMac nunca foi tão barato em dólar no Brasil."

Franco citou os problemas que enfrentam as empresas que têm dívidas atreladas ao dólar. "Quem deve em dólar está comprometendo o patrimônio líquido de sua empresa, que desaparece pois seus ativos são em reais."

Na opinião do ex-presidente do BC, a valorização do dólar no atual patamar vai acelerar falências de empresas. "Quem ainda não quebrou vai quebrar se tiver que pagar a dívida com o câmbio assim."

Dentre as indústrias que estão correndo riscos com a disparada da moeda norte-americana, Franco citou as empresas energéticas, que já estão sofrendo por conta da crise do setor, e as companhias petroquímicas.

Segundo o economista, o "hedge" (proteção) é a única maneira de o BC controlar o câmbio. "Não entendo porque o BC não faz isso. Não entra na minha cabeça", disse.

Franco citou como exemplo empresas que faziam projeções em cenários de estresse com o câmbio a R$ 2,40. "Mesmo a R$ 2,40, essas empresas acreditavam que a probabilidade de o dólar chegar a esse patamar era de 2%", disse.

Hoje, quando o dólar atingiu R$ 2,84, Franco acirrou as críticas ao BC dizendo que a explosão no câmbio é por conta dessas empresas que precisam de "hedge". "Quanto maior valorização maior paúra dos investidores que estão fazendo hedge", disse.


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