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21/09/2001
-
22h08
ESTELA CAPARELLI
da Folha de S.Paulo
Um remédio amargo mas necessário para a aliviar febre do câmbio. Esta foi a avaliação de especialistas ouvidos pela Folha sobre o aumento do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo de zero para 10%.
Segundo eles, a medida é uma forma de retirar o dinheiro do mercado que poderia ser usado pelas instituições financeiras na compra de dólares, pressionando ainda mais o câmbio. "A medida foi uma clara resposta do BC à disparada do dólar", afirma Fernando Ferreira, da Global Invest.
O problema é que o aumento do recolhimento obrigatório é uma medida recessiva. Ao obrigar os bancos a depositar parte do recolhem em depósitos a prazo, o BC tira dinheiro do mercado. Nesse caso, vale a lei de oferta e procura: quanto menos dinheiro no mercado, mais caro ele fica. Por isso, a tendência é que os bancos cobrem mais pelo dinheiro que emprestam aos clientes, por meio de juros mais altos, segundo o economista Miguel de Oliveira, da Anefac (Associação Brasileira dos Executivos de Finanças).
Para o economista Raul Velloso, a medida vai provocar um desaquecimento da economia sem engordar a dívida pública. Velloso explica que, nos últimos meses, o governo tem colocado um freio da atividade por meio de outro instrumento: a elevação da taxa básica, a Selic. O problema é que, ao subir o juro básico, elevava a dívida. Isso porque os títulos emitidos pelo governo variam de acordo com a Selic. Ao aumento do recolhimento compulsório, apenas o juro na ponta final sobe.
Por tornar o crédito ainda mais caro, a medida tomada ontem pelo governo deve fazer com que os clientes dos bancos evitem tomar empréstimos neste momento, segundo Miguel de Oliveira, da Anefac. Além de provocar recessão e, portanto, desemprego, juros altos dificultam a capacidade de pagamento por parte dos tomadores.
Compulsório é "remédio armargo" mas necessário, dizem economistas
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da Folha de S.Paulo
Um remédio amargo mas necessário para a aliviar febre do câmbio. Esta foi a avaliação de especialistas ouvidos pela Folha sobre o aumento do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo de zero para 10%.
Segundo eles, a medida é uma forma de retirar o dinheiro do mercado que poderia ser usado pelas instituições financeiras na compra de dólares, pressionando ainda mais o câmbio. "A medida foi uma clara resposta do BC à disparada do dólar", afirma Fernando Ferreira, da Global Invest.
O problema é que o aumento do recolhimento obrigatório é uma medida recessiva. Ao obrigar os bancos a depositar parte do recolhem em depósitos a prazo, o BC tira dinheiro do mercado. Nesse caso, vale a lei de oferta e procura: quanto menos dinheiro no mercado, mais caro ele fica. Por isso, a tendência é que os bancos cobrem mais pelo dinheiro que emprestam aos clientes, por meio de juros mais altos, segundo o economista Miguel de Oliveira, da Anefac (Associação Brasileira dos Executivos de Finanças).
Para o economista Raul Velloso, a medida vai provocar um desaquecimento da economia sem engordar a dívida pública. Velloso explica que, nos últimos meses, o governo tem colocado um freio da atividade por meio de outro instrumento: a elevação da taxa básica, a Selic. O problema é que, ao subir o juro básico, elevava a dívida. Isso porque os títulos emitidos pelo governo variam de acordo com a Selic. Ao aumento do recolhimento compulsório, apenas o juro na ponta final sobe.
Por tornar o crédito ainda mais caro, a medida tomada ontem pelo governo deve fazer com que os clientes dos bancos evitem tomar empréstimos neste momento, segundo Miguel de Oliveira, da Anefac. Além de provocar recessão e, portanto, desemprego, juros altos dificultam a capacidade de pagamento por parte dos tomadores.
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