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23/09/2001 - 08h52

Lucros das empresas devem diminuir

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ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

A recente disparada da moeda norte-americana trará uma enorme dor de cabeça para as empresas. As despesas que as companhias brasileiras terão que arcar por causa do aumento dos juros das dívidas -grande parte delas em dólares- deve "comer" o lucro dos grupos em setembro.

Estudo da Economática revela que as companhias acumulam uma despesa financeira líquida de R$ 10 bilhões nos últimos três meses, até o dia 20 de setembro. Esse valor corresponde, exatamente, ao lucro das empresas em junho.

Foram analisados balanços de 262 grupos com ações na Bolsa de Valores de São Paulo e os montantes levam em conta a valorização do dólar (que tem impacto direto nas contas das empresas, a grande maioria com dívidas em moeda estrangeira).

Nos últimos trimestres, os grupos instalados no país têm registrado elevado lucro operacional -resultado obtido apenas com a operação do grupo, ou seja, com venda do produto fabricado.

Há um ano, por exemplo, as companhias acumularam lucro operacional de R$ 9,6 bilhões e despesas bem menores: de R$ 3,4 bilhões.

Agora, a má notícia é que o lucro de junho, de R$ 10,2 bilhões, acabou sendo totalmente "comido" pelas despesas acumuladas nos últimos três meses, que também chegaram a R$ 10 bilhões. Os números fazem parte de uma estimativa da Economática, empresa especializada em informações financeiras, feita a pedido da Folha.

Setembro sem lucro
Para os próximos meses, a situação deve ficar ainda mais complicada, basicamente, por dois fatores. Em primeiro lugar, as despesas devem crescer se o dólar continuar nessa escalada atual. A pesquisa da Economática incluía a variação do dólar até quinta-feira passada. Apenas na sexta-feira o dólar sofreu outra forte valorização, de 2,64%.

Além disso, os resultados de faturamento líquido (que corresponde à receita obtida com vendas de produtos) e o lucro devem sofrer redução neste terceiro trimestre.
"Podemos ter uma despesa financeira maior que o lucro operacional em setembro, se a situação não se acalmar", diz Einar Rivero, coordenador e economista da Economática.

Economistas já previam uma redução nos saldos positivos das companhias deste ano. A má notícia já havia sido antecipada pela Folha, em março, quando as dívidas das empresas, em dólar, dispararam com a valorização da moeda na época.
"Com despesas financeiras muito altas, o lucro das companhias no semestre vai evaporar", diz Fernando Exel, presidente da Economática.
 

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